Ciência e Tecnologia

Mais segredos da Lua acabam de ser revelados graças não a astronautas ou veículos robotizados em contato com a superfície do satélite. Dessa vez, a novidade vem mais de baixo, cortesia de um foguete lançado pela Nasa, a agência espacial norte-americana, para se chocar contra uma cratera. A missão Lunar CRater Observing and Sensing Satellite (LCROSS) teve duas partes. Inicialmente, o estágio superior e vazio de um foguete atingiu a cratera Cabeus, próximo ao polo sul lunar, em outubro de 2009. Foi seguido por um segundo veículo que analisou os fragmentos ejetados pelo impacto. A proposta era procurar por água e verificar do que mais é composto o subsolo naquele ponto supergelado, algo nunca antes tentado. Resultados da missão, que se mostrou bem-sucedida, acabam de ser publicados em cinco artigos na edição desta sexta-feira (22/10) da revista Science.

O objeto astronômico mais distante da Terra de que se tem conhecimento acaba de ser descoberto. Distante e antigo, pois a luz identificada pelo estudo foi emitida por uma galáxia há mais de 13 bilhões de anos, quando o Universo contava com apenas 600 milhões de anos. A galáxia UDFy-38135539 foi identificada a partir de observações com o Very Large Telescope (VLT), do European Southern Observatory (ESO), instalado em Cerro Paranal, no Chile. O estudo foi publicado na edição desta quinta-feira (21/10) da revista Nature.

Formado pela junção de dois rios altamente poluídos – o Piracicaba e o Tietê –, o Reservatório de Barra Bonita, no interior paulista, tem seus 384 quilômetros quadrados repletos de cianobactérias, algo recorrente nesse tipo de ambiente em todo o mundo. Por meio de diferentes processos, esses microrganismos – também conhecidos como algas azuis – liberam nas águas imensas quantidades de matéria orgânica dissolvida (MOD), que podem causar eventos indesejáveis como o assoreamento, agravando ainda mais as condições ambientais do reservatório. Por outro lado, podem também promover eventos ecológicos de interesse científico.

fapesp-19ott10Humanos há cerca de 30 mil anos não comiam apenas carne e tinham uma dieta mais diversificada do que se estimava. Um novo estudo descobriu um importante consumo de vegetais em indivíduos no Paleolítico europeu. O trabalho será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). O Paleolítico é uma era pré-histórica que se estende da introdução de ferramentas de pedras por hominídeos como Homo habilis, há cerca de 2,5 milhões de anos, até o início da agricultura, há aproximadamente 12 mil anos.

A partir da análise de células-tronco extraídas da polpa do dente de leite de crianças com lábio leporino, pesquisadores do Laboratório de Genética do Desenvolvimento Humano do Instituto de Biociências (IB) da USP identificaram que 90 genes ligados a anomalia apresentam um funcionamento diferente quando comparados com o genoma de crianças sem o problema. Entre esses genes, 10 parecem ter uma maior participação para a ocorrência da anomalia. Um dos grandes diferenciais do trabalho é a abordagem usada: os cientistas analisaram o funcionamento dos genes a partir das células-tronco.

Testes de memorização não mostram apenas como está a capacidade de retenção de informação na memória. Segundo um estudo publicado na revista Science, eles ajudam efetivamente a lembrar e podem melhorar o processo de aprendizagem. De acordo com a pesquisa, um dos motivos principais para isso parece ser que as pessoas dão a elas mesmas “pistas mentais” mais eficientes quando são testadas do que quando estão estudando. Mary Pyc e Katherine Rawson, do Departamento de Psicologia da Universidade Kent State, nos Estados Unidos, chamam essas pistas de mediadores, os quais podem ser palavras, frases ou conceitos que ligam uma pista a seu alvo, isto é, o que está se tentando lembrar.

scienza_techA partir da próxima segunda-feira, 18, acontece em todo o país a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), um dos maiores eventos de divulgação científica do mundo. O tema deste ano é Ciência para o desenvolvimento sustentável. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) participa do evento com um estande de divulgação em Brasília, na Esplanada dos Ministérios.A semana é organizada pelo Departamento de Popularização e Difusão de C&T, órgão do Ministério de Ciência e Tecnologia. Estão programadas palestras, feiras de ciência, oficinas, exibição de filmes entre outras atividades.

Em média, cada metro quadrado da superfície terrestre recebe 342 watts de energia em forma de radiação solar. Desse montante, estima-se que 1,66 watt fique no solo e contribua para tornar o planeta mais quente. Os dados foram calculados por meio do conceito da forçante radiativa, uma das contribuições da física ao problema do aquecimento global, segundo apresentação do físico Paulo Artaxo durante o fórum “Mudanças Climáticas Globais – Desafios e oportunidades de pesquisa”, realizada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) nos dias 14 e 15 de outubro.

Uma nova geração de sistemas nanométricos capazes de levar medicamentos até o local do organismo no qual devem agir foi desenvolvida em um trabalho conjunto feito entre pesquisadores da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP) e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). O trabalho gerou um depósito de patente feito com apoio do Programa de Apoio à Propriedade Intelectual da FAPESP e foi apresentado na 2nd Conference Innovation in Drug Delivery, em Aix-en-Provence, na França, na semana passada. “Trata-se de um nanocarreador capaz de levar drogas hidrofílicas (solúveis em água), o que é inédito”, disse o professor Antonio Cláudio Tedesco, do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, à Agência FAPESP.

Usar microrganismos para produzir com baixo custo – tanto econômico como ambiental – um medicamento importante contra o câncer é o que propõem cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e da Universidade Tufts, nos Estados Unidos. O paclitaxel (comercializado com o nome Taxol) é empregado em quimioterapia em tratamentos de tumores de ovário, mama e pulmão. Foi descoberto em 1967, quando Monroe Wall e Mansukh Wani, do Research Triangle Institute, isolaram o componente da casca do teixo-do-pacífico (Taxus brevifolia) e notaram sua atividade antitumoral em estudos feitos com roedores.

fapesp-13ott10-2Pacientes com hipotireoidismo subclínico – um distúrbio assintomático causado por níveis anormais de hormônio estimulador da glândula tireoide – têm maior risco de desenvolver doenças coronarianas. A conclusão é de um estudo internacional produzido, com participação brasileira, a partir de dados extraídos de mais de 55 mil pacientes que foram acompanhados por diferentes períodos, entre 1972 e 2007, no Brasil, nos Estados Unidos, na Austrália, no Japão e na Europa. O estudo foi publicado nas edições on-line e impressa da revista Journal of the American Medical Association (JAMA).

Mutações no gene NR5A1, também conhecido como SF1, podem responder por cerca de 4% dos problemas de infertilidade masculina por defeitos na produção de espermatozoides. A conclusão é de um estudo publicado no dia 30 de setembro no American Journal of Human Genetics. O estudo foi coordenado por Anu Bashamboo, do Instituto Pasteur, na França, que teve a colaboração de outras instituições. “O índice de 4% parece pequeno, mas em termos populacionais tem um peso muito importante”, disse o único brasileiro que participou da pesquisa, o doutorando Bruno Ferraz de Souza, à Agência FAPESP.

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