Ciência e Tecnologia

A mudança climática global, com seu cortejo de eventos extremos, é um processo de tão vastas implicações que obscurece o fenômeno menor das chamadas “ilhas urbanas de calor”. No entanto, esse fenômeno, que faz com que as cidades sejam em média mais quentes do que o seu entorno, não apenas contribui para o aquecimento do planeta como torna seus efeitos ainda mais sensíveis para os moradores das cidades, que constituem hoje mais da metade da população mundial. No Brasil, quase 85,7% da população já vivia em cidades em 2015, de acordo com indicadores do Banco Mundial.

galáxiasUm dos temas mais fascinantes da cosmologia trata do estudo da evolução das galáxias. O objetivo é compreender como as nuvens primordiais de gás, no Universo recém-nascido, condensaram-se até formar estrelas e galáxias – e como estas evoluíram até se tornar espirais magníficas como a Via Láctea. Um trabalho de astrofísicos brasileiros e espanhóis, publicado no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, procurou estimar como, ao longo de bilhões de anos, processou-se a queda do gás interestelar das regiões externas do disco em espiral em direção ao núcleo galáctico, atraído por sua tremenda força gravitacional.

Pesquisadores da PUCRS participam da primeira missão espacial brasileira na órbita da Lua. O grupo do Centro de Pesquisa em Microgravidade (MicroG) pretende avaliar o efeito da baixa gravidade, da radiação lunar e da magnetosfera em cultura de células humanas. Para isso, amostras de células serão colocadas dentro de um nanossatélite (pequeno satélite não tripulado), que orbitará a Lua durante seis meses. A missão batizada de Garatéa, que significa "busca-vidas" em tupi-guarani, é formada também por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Laboratório Nacional de Luz Síncroton (LNLS), do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Mauá de Tecnologia. A expectativa é de que o lançamento ocorra em 2020.

A quantidade de morcegos-vampiros, que transmitem raiva e preocupam agropecuaristas, pode aumentar no Brasil e nas Américas por conta do crescimento das populações de outro animal, o javali. Um grupo de pesquisadores acaba de evidenciar um aumento alarmante na distribuição e no número de javalis e porcos ferais. Além disso, demonstraram que os morcegos-vampiros (Desmodus rotundus) passaram a se alimentar do sangue destes porcos. À medida que a população de javalis aumenta, também crescem os danos à agricultura e à fauna nativa, entre outros problemas. Os javalis fornecem uma fonte também crescente de sangue a vampiros, o que pode aumentar em muito a população desses morcegos.

atomo stilizzatoEquipe de 50 especialistas de diferentes instituições de pesquisa do mundo e que estão reunidos na colaboração ALPHA para a exploração do Universo, atuante no Centro Europeu de Física de Partículas (Cern), na Suíça, escreveram artigo publicado, na última segunda-feira (19/12) na revista Nature. No grupo, estão quatro pesquisadores brasileiros, que contam com o apoio da FAPERJ, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Rede Nacional de Física de Altas Energias (Renafae).

anzianiApós verificar a eficácia das atividades aeróbias e de força na redução dos sintomas de depressão ou no retardamento da evolução de doenças como depressão, Alzheimer e Parkinson, a professora Andréa Camaz Deslandes, pesquisadora do Instituto de Educação Física e Desportos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IEFD/Uerj), quer ir além das investigações e pretende estudar os biomarcadores associados ao efeito benéfico do exercício em idosos com depressão e Alzheimer.

Apis melliferaO uso intensivo de fertilizantes químicos, a destruição e degradação de áreas florestais e o agravamento das mudanças climáticas são as causas do declínio das populações de insetos polinizadores, como abelhas, moscas e borboletas, ao redor do mundo. A conclusão é de um amplo estudo de revisão feito por um grupo internacional de pesquisadores, entre eles a bióloga Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca, do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP).

As crianças que moram em favelas no Brasil ou em East Lubbock, no Texas, nos Estados Unidos, partilham de uma realidade comum: muitas delas vivem em condições de pobreza extrema, testemunham frequentemente violência e podem ser vítimas de abuso verbal, físico, emocional e até mesmo sexual. A exposição contínua e por um longo período de tempo a esses eventos traumáticos extremos – denominados estresse tóxico –, sem apoio adequado de um adulto, pode levá-las a desenvolver comportamentos negativos, como agressão, ansiedade e depressão, apontam especialistas na área.

A Amazônia necessita de um novo modelo de desenvolvimento econômico, fundamentado na combinação de tecnologias digitais e biológicas avançadas com os ativos biológicos do bioma. A avaliação foi feita por participantes do “Simpósio Internacional de Bioeconomia”, realizado nos dias 9 e 10 de dezembro, em São Paulo. Promovido pelo Conselho Superior de Inovação e Competitividade (Conic) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) com apoio da FAPESP, o evento teve como objetivo debater experiências internacionais bem-sucedidas em bioeconomia – que reúne segmentos econômicos que utilizam recursos biológicos de forma sustentável – e estabelecer parcerias com outros países a fim de dinamizar o setor no Brasil.

O termo transdução de sinal sempre foi bastante utilizado por físicos para descrever conversão de energia. Há algumas décadas, bioquímicos que estudam como sinais químicos – dentre outros – podem determinar o que ocorre dentro da célula passaram a empregar amplamente o mesmo termo. Pesquisadores brasileiros identificaram em Plasmodium falciparum, espécie causadora da forma mais agressiva de malária em humanos, uma série de genes cuja expressão é modulada pelo hormônio melatonina produzido pelo organismo do hospedeiro. Os resultados foram publicados em artigo de capa na revista Genes & Cancer. Segundo os autores da pesquisa – realizada no âmbito de um Projeto Temático FAPESP –, alguns desses genes representam potenciais alvos para o desenvolvimento de novas drogas antimaláricas.

Saccharomyces cerevisiaeUma enzima identificada em leveduras da espécie Saccharomyces cerevisiae – também conhecida como levedura do pão – apresentou em testes in vitro potencial para matar seletivamente células de leucemia linfoide aguda (LLA). Caracterizada por alterações malignas nas células-tronco que dão origem aos componentes do sangue, existentes na medula óssea, a LLA é o tipo de câncer mais comum durante a infância. Resultados da pesquisa, realizada com apoio da FAPESP, foram descritos por pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista, campus do Litoral Paulista (IB-CLP-Unesp), em artigo publicado na revista Scientific Reports.