Ciência e Tecnologia

global warmingComo limitar o aquecimento do planeta em até 1,5ºC até o fim do século e minimizar os impactos das mudanças climáticas é a pergunta que 86 cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, na sigla em inglês) tentam responder num encontro realizado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Representando 39 países, o grupo de cientistas, que inclui três brasileiros, trabalha na elaboração de um relatório especial do IPCC sobre mitigação, perspectivas econômicas e sociais e desenvolvimento sustentável.

Há uma doença emergente que se alastra pelo Brasil, mas da qual pouco se tem falado, a não ser no Rio de Janeiro. O gato é a maior vítima do problema, uma micose causadora de lesões sérias e potencialmente fatais quando não tratadas em tempo hábil. A doença se chama esporotricose e é causada por um fungo que vive naturalmente no solo, o Sporothrix sp.. No Brasil, Sporothrix brasiliensis é o agente etiológico mais prevalente, embora S. schenckii também seja encontrado em menor proporção.

Sono, cansaço e distração ao volante – além de embriaguez e excesso de velocidade – estão entre as principais causas de acidentes de trânsito, que todos os anos levam à morte cerca de 42 mil pessoas no Brasil, de acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) coordenado pelo Ministério da Saúde. É um fenômeno global, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que contabilizou 1,2 milhão de pessoas mortas a cada ano em acidentes de trânsito.

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) acabam de publicar um censo de mamíferos de médio e grande porte encontrados em 22 remanescentes florestais circundados por monocultura de cana-de-açúcar em São Paulo. A conclusão do estudo é “surpreendentemente positiva”, segundo Mauro Galetti, professor do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências, em Rio Claro. O estudo, cujos resultados foram publicados na revista Biological Conservation, foi realizado com apoio da FAPESP.

Um grupo de biólogos e arqueólogos defende que a Amazônia, longe de ser uma floresta virgem, foi profundamente alterada pelas populações humanas que viveram por lá ao longo dos últimos milhares de anos. “Detectamos que perto de sítios arqueológicos há uma maior concentração e diversidade de árvores usadas pelos índios”, conta a bióloga Carolina Levis, doutoranda no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e na Universidade de Wageningen, Holanda, e primeira autora de um artigo publicado http://science.sciencemag.org/content/355/6328/925 na revista Science.

O desmatamento no leste do Acre para a expansão da pecuária tem revelado, nos últimos 30 anos, centenas de grandes estruturas geométricas de terra construídas por povos pré-colombianos. Tais estruturas são chamadas de geoglifos. O fato de terem sido construídas pelo homem implica a existência de um grande povoamento na região há milhares de anos, assim como sugere que, no passado, a floresta havia sido parcialmente derrubada para o uso da terra pela agricultura.

Não há limites para o desenvolvimento do cérebro humano, seu potencial é imenso mesmo em condições adversas como em casos de doenças, lesões, privação de sono ou envelhecimento. Essa característica se deve à capacidade de adaptação do sistema nervoso ao longo do tempo. O cérebro responde a estímulos externos como treino, aprendizagem e atividade física e, assim, pode se modificar. Diante de sua magnitude, muitas áreas do conhecimento se dedicam ao entendimento e tratamento do cérebro, uma delas é a Neuropsicologia.

pantera oncaRestam apenas cerca de 300 onças-pintadas (Panthera onca) na Mata Atlântica. É muito, muito pouco. São inúmeras as razões para o desaparecimento eminente do maior felino das Américas ao longo do bioma que um dia se estendia desde o norte da Argentina, passando pelo Paraguai e Uruguai, até o Nordeste brasileiro. A primeira e mais óbvia razão é que só restam 7% da Mata Atlântica original. A segunda, uma consequência direta, é que o pouco que sobrou é composto por áreas muito fragmentadas.

Pesquisadores dos Departamentos de Cartografia e de Matemática e Ciência da Computação da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Presidente Prudente, demonstraram que satélites de observação da Terra podem ajudar a estimar o conteúdo de carbono nas águas interiores (como lagos, rios e reservatórios). E, dessa forma, contribuir para aumentar a compreensão do ciclo de carbono – as etapas que o elemento químico percorre – em ambientes aquáticos.

Estudo coordenado pelo médico José Xavier-Neto, do Laboratório Nacional de Biologia (LNBio), de Campinas, indica que a infecção pelo vírus Zika só produz anormalidades congênitas graves em filhotes de camundongos quando suas mães são expostas ao patógeno entre o quinto e o 12º dia depois da fecundação. Em seres humanos, esse intervalo de tempo equivale à segunda e à quinta semana de gestação. Nos roedores, a infecção por Zika após o 12º dia do ato sexual não levou a malformações significativas nos filhotes. O trabalho foi publicado no dia 23 de fevereiro na revista eletrônica PLOS Neglected Tropical Diseases.

Um estudo publicado na revista Scientific Reports, do grupo Nature, sugere que o medicamento antibiótico doxiciclina – usado há mais de meio século contra infecções bacterianas – pode ser indicado em doses mais baixas para o tratamento da doença de Parkinson. Segundo os autores, a substância reduz a toxicidade de uma proteína conhecida como α-sinucleína, que em certas condições forma agregados que recobrem e lesam as células do sistema nervoso central.