Como regra, o Nobel só é concedido a pessoas vivas, mas o comitê decidiu manter os ganhadores, afirmando ter tomado conhecimento da notícia da morte de Steinman três horas após o anúncio ter sido feito.
O valor da premiação (equivalente a R$ 2,8 milhões) será dividido, com Beutler e Hoffmann ficando com metade e Steinman (no caso, seus familiares) com a outra metade. A cerimônia de premiação será no dia 10 de dezembro, em Estocolmo.
Nascido no Canadá, Steinman descobriu, em 1973, as células dendríticas, que são ativadoras do sistema imunológico dos mamíferos. Essas células atuam como mensageiras entre a imunidade inata e a adquirida, auxiliando o organismo no processo de resposta imunológica, isto é, de combate a infecções promovidas por bactérias ou outros microrganismos.
Beutler (nascido em 1957 em Chicago) e Hoffmann (nascido em 1941 em Luxemburgo) descobriram proteínas receptoras capazes de reconhecer os organismos invasores e de ativar a imunidade inata, que é o primeiro passo na resposta a infecções.
As células dendríticas regulam a imunidade adquirida (ou adaptativa), o estágio posterior da resposta imune durante a qual os microrganismos são eliminados do corpo.
As pesquisas de Steinman, Beutler e Hoffmann, além de revelar as fases da resposta imune e ajudar a entender os mecanismos de doenças, “abriram novos caminhos para o desenvolvimento de prevenções e terapias contra infecções, câncer e doenças inflamatórias”, destacou o comitê do Nobel no anúncio do prêmio.
O brasileiro Michel Nussenzweig, da Universidade Rockefeller, estuda a função das células dendríticas desde o seu doutorado, no qual teve como orientador justamente Steinman.
Mais informações: www.nobelprize.org
Agência FAPESP
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