Submit to FacebookSubmit to Google PlusSubmit to TwitterSubmit to LinkedIn
Você se lembra dos filmes com temática medieval onde ferreiros esculpiam espadas a marteladas em metal incandescente apenas utilizando forno, bigorna e martelo? Se você quiser, de certa forma, vivenciar aquela época, o cuteleiro Milton Hoffmann organiza, desde 2005, duas edições anuais do Curso de Cutelaria Artesenal, onde são empregadas as mesmas técnicas de séculos atrás. Em uma semana, cada aluno sai com uma faca de 25 cm produzida por ele mesmo, pronta para o uso.
Durante as aulas, todas as etapas de elaboração de um instrumento de corte são explicadas: começa no forjamento da escultura bruta do metal, passa pelo tratamento térmico - conhecido por normalização - até a usinagem, onde a ferramenta recebe o formato final. ?A maioria dos alunos chega sem habilidade manual alguma e saem capazes de construir outros instrumentos de corte?, explica Hoffmann.

O especialista conta que a qualidade da lâmina e a durabilidade da faca produzida artesanalmente é superior às industrializadas. ?Utilizamos o aço carbono em nossas aulas. A indústria ainda não conseguiu produzir uma liga de aço inoxidável que se aproxime dessa qualidade. Além disso, as melhores são caras e difíceis de encontrar?, compara.

HOBBY - Segundo Hoffmann, muitos dos participantes do seu curso de cutelaria demonstram interesse pela arte e buscam realizar um sonho. ?As pessoas nos procuram para encontrar um novo hobby e acabam encontrando uma profissão?, explica. Ele mesmo, engenheiro florestal e servidor público federal, passou por esse processo.

Outro apaixonado pela cutelaria é o economista Nagib Abdanur. Participante dos dois primeiros cursos, ele montou uma oficina em sua própria onde possui uma forja, um forno que atinge 1.300ºC. ?Faço facas o ano inteiro para pessoas do Brasil e dos Estados Unidos?, conta. Abdanur explica que, dependendo da qualidade do material utilizado, o preço das facas varia e pode atingir até R$ 3 mil. ?Não produzo facas por dinheiro, mas por  puro prazer?, pondera.

Hoffmann assegura que a venda de facas é mais fácil que de pinturas, por exemplo. ?Nas artes plásticas, você precisa de um grande nível técnico e ser conhecido no mercado. Na cutelaria isso não acontece?, garantiu. A página da Sociedade Brasileira de Cutelaria pode ser acessada aqui e oferece informações sobre blogs e fóruns onde é possível trocar informações sobre o assunto.

CURSO - A próxima edição do curso receberá seis alunos, entre os dias 6 e 12 de fevereiro, no Departamento de Artes Visuais da UnB, num total de 42 horas de aula. O período de inscrição será aberto no próximo dia 20 e se encerrará no primeiro dia do curso, caso ainda haja disponibilidade de vagas.

O valor do investimento é R$ 1.750 que inclui o material para a confecção das ferramentas: aço, martelo e madeira dos cabos. No entanto, o aluno deve providenciar o equipamento obrigatório de proteção individual: avental, calçado e luvas ? todos de couro -, além de máscara anti-pó e camisa de mangas longas. A organização do evento também explica que somente maiores de 14 anos podem participar.

Pessoas de idades diversas ? entre 17 e 65 anos ? já estudaram cutelaria nas 15 edições anteriores. Médicos, juízes, advogados, alunos e estudantes da UnB e de outras universidades, até mesmo interessados oriundos de outros estados também iniciaram com Hoffmann seus conhecimentos sobre cutelaria.

Hoje, a comunidade cuteleira de Brasília é composta por cerca de 100 pessoas. Elas se reúnem às quintas-feiras na Oficina Livre de Cutelaria, no Instituto de Artes da UnB (IdA), das 18h às 21h. ?É uma chance de aproximar os interessados e que aqueles que participaram do curso continuem seu aprendizado?, observa Hoffmann.

SERVIÇO
Maiores Informações sobre o Curso de Cutelaria Artesanal
Dias e Horários: Segunda a Domingo (segunda a sexta das 19h30 às 23hs e sábado e domingo das 9h às 23hs)
Prédio Multiuso I, Bloco A, Sala AT-57/7
Telefones: (61) 3107-5804/5917/5918/5919
Horário de Funcionamento: 8h às 12h e das 14h às 18h
E-mail:Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

UnB Agência