Na USP, Frota-Pessoa foi docente (1958), livre-docente (1963), professor adjunto (1973), professor titular (1978) e professor emérito (1995). Foi bolsista da Fundação Rockefeller na Universidade Columbia (1953-1955) e da Fullbright, como professor visitante na Universidade de Wisconsin (1964-1965), nos Estados Unidos.
“Frota-Pessoa foi o pai da genética médica no Brasil. Ele formou a minha geração e a geração que me antecedeu na área de genética humana e médica. Ele foi meu orientador. Todas as pessoas que, como eu, conviveram de perto com ele, tiveram a sorte de ter um ensinamento preciso”, disse Mayana Zatz, professora titular de genética do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências da USP.
Foi professor secundário de ciências e biologia do sistema público do Rio de Janeiro (1939-1958), onde conheceu sua futura primeira mulher, Elisa Esther Maia, que se tornaria uma das principais físicas do país e com quem teve dois filhos, a também física Sonia e o médico Roberto. Outro filho, Osvaldo Frota-Pessoa Jr., é professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP.
Frota-Pessoa foi assistente da Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil (1942-1958), especialista em Ensino de Ciências da União Pan-Americana (Organização dos Estados Americanos) em Washington (1955-1956) e consultor em genética humana da Organização Mundial da Saúde (1961-1986).
Foi diretor do Centro Coordenador do Brasil do Programa Multinacional de Genética da União Pan-Americana (1968-1973), diretor do Centro de Estudos sobre Currículos para o Ensino da Biologia (1972-1979), presidente da Sociedade Brasileira de Genética (1968-1970) e da Associação Latino-Americana de Genética (1969-1971).
Era membro titular fundador da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (1974) e da Academia Brasileira de Ciências. Entre as premiações que recebeu destacam-se o Prêmio Kalinga, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 1982, o Prêmio José Reis de Divulgação Científica (1980) e os títulos de Comendador e a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico.
“O professor Frota-Pessoa era uma pessoa absolutamente fantástica. Além de um grande cientista, foi um grande educador. Era uma pessoa extremamente humana, extremamente carinhosa com os pacientes. Tratava todos com uma deferência muito especial”, disse Mayana, que também coordena o Centro de Estudos do Genoma Humano da USP, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da FAPESP.
* Leia entrevista com Frota-Pessoa para a Revista Pesquisa FAPESP
Agência FAPESP