Ele foi um dos participantes da Roda de Ciência que debateu o tema "Energias do futuro" na manhã desta terça-feira, 19/05, no Parque de Energias Alternativas da Uenf.
Herval, que atua no Laboratório de Materiais Avançados (Lamav) da Uenf, falou sobre as pesquisas que vem desenvolvendo na área de pilha a combustível, uma fonte alternativa de energia que se destaca pela elevada eficiência de conversão e energia limpa.
- A solução do problema da matriz energética começa com a combinação de fontes renováveis. Para isso, é preciso conhecer os recursos naturais e as potencialidades de cada região - disse Herval, que atua como vice-coordenador científico da rede de pesquisadores PaCOS-MCT, visando a pesquisas nesta área. A Rede, que envolve instituições de várias regiões do país, é integrada no Rio de Janeiro pela Uenf e pela COPPE-UFRJ.
O professor Carlos Maurício Fontes Vieira, que também participou da Roda de Ciência, observou que, hoje, só 18% da energia utilizada no mundo provém de fontes renováveis. Ele chamou a atenção para um outro problema: o desperdício. Estima-se que 43% dos gastos energéticos sejam desnecessários.
- Precisamos mudar nossos hábitos. Andar a pé, de bicicleta, reduzir o consumo de materiais descartáveis, usar lâmpadas mais econômicas e buscar usar menos energia para a mesma quantidade de trabalho. Por exemplo, ter um maior isolamento térmico de casas e edifícios, manter o carro regulado - disse Carlos Maurício, que também atua no Lamav/Uenf.
O professor Victor Haber Perez, do Laboratório de Tecnologia de Alimentos (LTA) da Uenf, disse que o governo brasileiro vem apostando na produção de combustíveis renováveis, como etanol, bioetanol (álcool de segunda geração) e biodiesel. No entanto, ele identifica dois problemas em relação à produção de biocombustíveis: o aumento do custo de alimentos e problemas ambientais.
- O etanol é considerado o único biocombustível limpo, mas é preciso ver a cadeia produtiva como um todo. Na produção de cana, temos uso excessivo de agrotóxicos, queimadas, entre outros problemas - afirmou.
Em relação ao biodiesel, Victor observou que é preciso desenvolver mais pesquisas no sentido de se chegar a alternativas de culturas não alimentares. Atualmente, a maior parte do biodiesel produzido no Brasil provém da soja, que também abastece a indústria de alimentos.
Assessoria de Comunicação Social UENF