Trata-se de um programa bastante seletivo e disputado por expressivas instituições brasileiras, como USP, UnB, EMBRAPA, UNESP, FIOCRUZ, UFRJ, UNICAMP. 

A proposta de pesquisa em pauta, “Educação para a cidadania global – parcerias Brasil – Cabo Verde”, foi elaborada e apresentada ao CNPq pela professora Dra. Neide Almeida Fiori, do Programa de Pós-Graduação em Educação e coordenadora geral das atividades, e já está sendo desenvolvida desde o início deste ano de 2009. Trata-se de uma implementação da qual logo resultou uma viagem a Cabo Verde no recente mês de fevereiro em que a professora Neide ministrou uma palestra e também participou das solenidades de apresentação pública da Universidade de Santiago e da posse do reitor, Gabriel Monteiro Fernandes. 

Paralelamente às ações formais, ocorreu um ciclo de palestras do melhor nível acadêmico e com um perfil internacional. Do Brasil estiveram presentes, proferindo conferências, pesquisadores da UFSC, UFRGS, USP e Unisul. “Chamou muito a minha atenção a forte presença de alunos que lotavam o auditório, inclusive o fato de alunos de países vizinhos, como Guiné-Bissau, lá estarem acompanhando tudo o que ocorria“, conta a professora Neide. 

O principal objetivo do programa PROÁFRICA é permitir que as universidades brasileiras contribuam para a ampliação da capacidade científico-tecnológica dos países africanos. Trata-se de uma meta que tem estado também presente nas ações de órgãos internacionais como ONU e UNESCO, e mesmo em organizações que se ocupam com questões de “ajuda internacional” em geral ou, especificamente, com ações de ajuda dirigidas aos países africanos. 

Como resultado, o CNPq espera que as propostas aprovadas pelo programa PROÁFRICA conduzam as universidades envolvidas à elaboração de plataformas conjuntas de cooperação. Em outras palavras, que as atuais ações de parceria se transformem em ações de cooperação, geradoras de projetos capazes de serem submetidos a agências de fomento, nacionais e multilaterais. “Um horizonte ambicioso, mas entendo como factível. Isso, não de imediato, por certo, mas no decorrer de um processo que tem possibilidades de envolver várias áreas da atuação universitária – educação, saúde, mineração etc. Além de possibilitar um aprofundamento em ações relacionadas com políticas públicas, laços de identidade, línguas, multiculturalidade, estudos de comunidade”, acrescenta a professora. 

A proposta aprovada pelo CNPq envolve os integrantes do Grupo de Pesquisa “Educação, Cultura e Sociedade” (EDUCS). 

No próximo 28 de maio os professores Eduardo Búrigo de Carvalho, Vera Lúcia Chacon Valença, Luiz Alberto de Souza Marques, além da professora Neide Almeida Fiori, embarcarão para Cabo Verde. Diversas ações serão desenvolvidas na Universidade de Santiago, como por exemplo a participação no Colóquio Internacional sobre Educação; realização de pesquisa exploratória caracterizando a realidade local com vistas a projetos específicos, futuros, referentes ao museu das crianças, a ações que relacionam escola e cotidiano, ao museu da imigração. Espera-se, ainda, que dessa visita resulte um aprofundamento na parceria acadêmica entre a Unisul e a Universidade de Santiago mediante a formalização de um convênio de cooperação. Esse será um primeiro passo, visando à formação de uma rede de cooperação entre a Unisul, no Brasil, e a Universidade de Santiago, na África.