Quatro projetos foram selecionados para concorrer ao prêmio. Na noite da premiação, os finalistas apresentarão os trabalhos para um júri externo, formado por representantes de empresas e entidades da região de Campinas.
De acordo com o diretor da Faculdade de Engenharia Elétrica, Francisco Salles Cintra Gomes, o projeto final é a chance de os estudantes colocarem em prática suas habilidades profissionais. “Os alunos desenvolvem suas habilidades e competências, ao mesmo tempo que estimulam os outros estudantes a pensarem no projeto final”, declarou Salles.
Segundo a professora Norma Reggiani, organizadora do Prêmio TCC da Faculdade de Engenharia Elétrica, a seleção dos finalistas avaliou critérios como o comprometimento, a aplicabilidade do projeto e o seu grau de complexidade. “O prêmio é a oportunidade de os estudantes serem avaliados por uma banca externa”, afirmou.
Conheça, abaixo, os finalistas.
Coletor das atividades elétricas do coração
Trabalho: “Eletrocardiografia (ECG) remota via rede sem fio com interface XBEE"
Autor: Adriel Erich Pereira
A ideia surgiu a partir do interesse de Adriel Erich Pereira pela área de engenharia biomédica e telemedicina. “No Brasil, a área da telemedicina é muito carente em desenvolvimento, sendo totalmente dependente de tecnologia importada”, explicou Pereira. O projeto consiste em um aparelho portátil que coleta dados das atividades elétricas do coração, por meio de três eletrodos adesivos. As informações são filtradas e enviadas para uma interface sem fio que pode direcioná-las a uma rede de internet onde as informações podem ser visualizadas. “O principal uso desse aparelho seria em pacientes com algum tipo de cardiopatia. Ele pode ficar com o aparelho o tempo todo e, caso sinta algum sintoma, pode conectar o aparelho diretamente com seu médico em uma rede de acesso wireless”, disse. Segundo o ex-aluno, o projeto foi feito como um desafio pessoal, já que ele desenvolve trabalhos na área de fotônica (dispositivos para fibra óptica). “O TCC não é apenas para virar produto, mas, sim, para servir de base para outros projetos e propagar conhecimento entre as gerações de alunos. Assim, no futuro, pode, sim, virar algo comercial, muito mais maduro”, afirmou.
Sensor de turbidez de água
Trabalho: “Turbidímetro”
Autor: César Roberto de Souza
Com material de sucata recolhido na própria faculdade, César Roberto de Souza desenvolveu, no ano passado, um turbidímetro, um sensor de turbidez projetado para detectar o nível de sujeira em suspensão na água. “A ideia é que o aparelho possa ser utilizado em qualquer situação de análise de água, como a dos rios, particularmente depois de temporadas de chuvas, que costumam levar dejetos da terra para a água”, explicou. “Se calibrado, o aparelho também poderá ser utilizado em piscinas para verificar a turbidez da água.” César faz parte de um grupo de alunos que costuma chegar à universidade sem nunca ter frequentado laboratórios ou ter feito experimentos. Por isso, chegar à etapa final do Prêmio TCC tem um gosto de vitória para esse recém-formado. “Significa muito para mim ser finalista desse concurso, já que idealizei esse projeto sozinho ao longo do curso”, contou. “Ser escolhido pelos professores em meio a tantos colegas foi um grande incentivo para que eu invista em meus sonhos.” Um deles é ser professor universitário.
Detector de cores
Trabalho: “Detector de cores microcontrolado”
Autor: Dirceu Soares de Souza
Dirceu Soares de Souza sempre teve como objetivo criar um trabalho que unisse os conhecimentos adquiridos no curso de Engenharia Elétrica com o desenvolvimento de um projeto com visão social. Como resultado dessa ideia, surgiu o “Detector de cores microcontrolado”. O trabalho reproduz em áudio e reconhece oito cores dispostas em uma matriz, por meio de um sensor óptico. De acordo com o engenheiro, o trabalho pode ser usado por pessoas com deficiência visual. “Eles enfrentam diversas dificuldades, principalmente no que diz respeito à orientação e mobilidade em suas rotinas diárias. a identificação de objetos poderia ser feita por meio das cores”, explicou Souza. O engenheiro pretende dar continuidade ao trabalho, mesmo depois do fim da faculdade. “As possibilidades são grandes. Podemos aumentar a gama de identificação de cores, otimizar o circuito do projeto, desenvolver um sistema de bateria capaz de alertar o usuário sobre a quantidade de carga e tornar o dispositivo portátil. Outros desenvolvimentos, como em robótica e em rede de sensores, também seriam aplicações bem interessantes”, contou.
Plataforma robótica
Trabalho: “Controle de plataforma robótica através de rede IP”
Autor: Augusto Gryszczenko Andreollo
Ser a base de controle de um robô e ligar circuitos que possam ser traduzidos para impulsos elétricos. Essa é a proposta do TCC de Augusto Gryszczenko Andreollo, o "Controle de plataforma robótica através de rede IP". A proposta surgiu quando o ex-estudante desenvolveu um trabalho com plataforma robótica durante a Iniciação Científica do curso de Engenharia Elétrica. De acordo com Andreollo, o projeto não precisa ser utilizado apenas em robôs. “O mesmo sistema, com adaptações, pode controlar, por exemplo, uma casa inteligente ou um robô industrial. O conceito não é muito diferente de um controlador programável, a grande inovação está na flexibilidade de receber os comandos”, explicou. Todo o trabalho foi desenvolvido com softwares livres, como por exemplo, o Linux. “Assim, torna mais fácil o entendimento e a alteração, o que permite a utilização de outros programas já escritos como parte do controle”, contou.
Áreas de atuação
A profissão de engenheiro eletricista está sempre ligada à área de telecomunicações, mas o profissional encontra um amplo campo de atuação. Para o diretor da Faculdade de Engenharia Elétrica, Francisco Salles Cintra Gomes, o currículo do curso da PUC-Campinas permite que o engenheiro atue em diferentes áreas, como eletrônica, automação e controle, telecomunicações, e acionamento e controle de processos industriais. “A Região Metropolitana de Campinas (RMC) é rica em empresas de telecomunicação, onde se aplica a parte eletrônica e de automação. O curso também forma profissionais para a área de projetos, supervisão, manutenção e gerenciamento na área de eletrônica”, contou Salles.
Assessoria de Imprensa da PUC-Campinas