Autor de dezenas de livros, como Comunicação e Planejamento (com Horácio Martins de Carvalho), Comunicação Rural: discurso e prática e O que é Comunicação, Bordenave se considera um comunicador para o desenvolvimento.
Formado em Agronomia pela Escola Nacional de Agricultura, na Argentina, ele fez seu mestrado em Jornalismo Agrícola, na Universidade de Wisconsin (EUA), tornando-se PhD em Comunicação no ano de 1966 pela Universidade do Estado de Michigan. Assim como sua formação acadêmica, sua trajetória profissional sempre esteve ligada a questões do desenvolvimento e da comunicação rural.
Bordenave integra o Conselho Nacional de Educação do Paraguai e trabalha atualmente como assessor da Secretaria de Informação e Comunicação para o Desenvolvimento daquele país. Entre as ações da pasta nos primeiros dias de governo, ele destaca a criação de uma agência de notícias estatal e a implementação da transparência nas informações públicas. Paralelamente, ele trabalha na criação de um curso técnico em Comunicação para o Desenvolvimento, com duração de dois anos e meio, cujo objetivo é formar mil tecnólogos em três anos, em pelo menos quatro instituições universitárias do Paraguai. Ele também elaborou o Guia de Planificação Participativa de Estratégias de Comunicação em Saúde, que o Ministério de Saúde Pública do Paraguai vai utilizar em 2009 com trabalhadores na área de saúde do país.
Ao lado do educador brasileiro Paulo Freire, Bordenave é considerado um dos difusores da proposta de comunicação participativa contra o modelo difusionista de comunicação rural. A partir de suas experiências de alfabetização, Freire aplicou os princípios da pedagogia do oprimido à crítica extensionista. Bordenave apontou as particularidades nos códigos de comunicação utilizados pelas comunidades rurais afirmando que era impossível falar-se em comunicação para o público rural, sem levar em consideração as características de determinadas regiões do país e de sua população. Bordenave buscava uma comunicação mais regionalizada que considerasse a diversidade cultural, de costumes e de hábitos das populações rurais.
Os dois autores ilustram a corrente de pensamento que se coloca contra os modelos prontos para usar, e buscam entender a cultura e o contexto em que viviam as populações. Muitos outros se somaram a tal corrente de pensamento, abrindo espaço para a participação popular no processo de desenvolvimento e, assim, fundando a raiz do trabalho que hoje fazem os movimentos populares. No campo da Comunicação Pública, que trabalha com a comunicação popular, os princípios de Freire e Bordenave continuam sendo aplicados.
No campo da comunicação institucional, a política de comunicação da Embrapa é uma das tributárias de referenciais teórico-metodológicos em Comunicação Rural do pensamento de Bordenave, principalmente quando este define a Comunicação Rural como o conjunto de fluxos de informação, de diálogo e de influência recíproca entre os componentes do setor rural e entre eles e os demais setores da nação afetados pelo funcionamento da agricultura ou interessados no melhoramento da vida rural.
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