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A coordenadora do curso de Mestrado em Educação da Unisul, professora Maria da Graça Bollmann, ficará por três meses em Lisboa, Portugal. Ela ganhou da “Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior”, a Capes, uma bolsa de estudos para desenvolver sua pesquisa naquele país.
De acordo com a professora, em dezembro de 2008 a Universidade de Lisboa (UL) abriu edital para novos pedidos de bolsa. Ela se inscreveu no processo seletivo e sua pesquisa foi selecionada. 

Graça explica que a Capes disponibiliza todos os anos uma quantidade de bolsas para capacitação de profissionais brasileiros em determinadas instituições no Brasil e no exterior: “a Capes é um dos órgãos mais importantes do MEC, ela é responsável pela avaliação dos cursos de mestrado e doutorado de todas as áreas de ensino. O curso de Mestrado em Educação da Unisul é recomendado pela Capes, motivo esse que contribuiu na conquista dessa bolsa. Além de ser importante para mim como pesquisadora, é importante para o Programa de Pós-Graduação em Educação e para a própria Unisul, já que o conhecimento produzido a partir da pesquisa lá realizada, vai refletir no curso daqui”, explicou. 

Para a seleção, a professora teve de cumprir algumas exigências. “Primeiro tive que ter aceitação pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e também pelo meu orientador do Pós-Doutorado. Tive também que conseguir o aceite do corpo docente do Curso de Mestrado da Unisul – o meu plano de trabalho tem de atender aos critérios do curso, cumprindo também as exigências da Capes. Havia necessidade da Unisul permitir o meu afastamento por três meses. E claro, além disso, era necessário que eu já estivesse envolvida em trabalhos de pesquisa. Hoje os cursos de Pós-graduação Stricto Sensu - Mestrados e Doutorados, têm suas atividades centralizadas na pesquisa. O fato de estarmos publicando trabalhos científicos no Brasil e no exterior dá maior visibilidade ao nosso Mestrado em Educação, em particular e à Unisul”, disse Graça.

“A concessão dessa bolsa pela Capes me deixa muito feliz, isso demonstra também o grau de confiança no nosso Programa, abrindo-se horizontes para outras solicitações de alunos e professores do Mestrado”. O Mestrado em Educação conta, atualmente, com outro professor que está realizando seus estudos Pós-doutorais na Espanha, em Barcelona, e que recebeu uma Bolsa de Estudos da Fundação Carolina. 

A Pesquisa
Graça falou ainda sobre a pesquisa que ela vai desenvolver nesses três meses em Portugal. Ela explicou que será uma continuidade de um projeto que já vem sendo realizado entre a Unisul e a Universidade de Lisboa, parceira do curso de Mestrado em Educação por meio de um Acordo Interinstitucional reafirmado em 2008, entre essas IES e que vai até 2013.

“O estudo trata das características da educação superior no Brasil, em especial da concepção de universidade nas suas funções de pesquisa, ensino e extensão, como uma instituição social voltada para a resolução dos problemas da sociedade”. 

Segundo Graça, atualmente, muito se fala sobre os índices de inclusão, mas é necessário mais. “Ainda há sérios obstáculos a se transpor, seja na quantidade – no Brasil há um percentual reduzido de jovens que tem acesso a esse nível de ensino - quanto no que se refere à qualidade, que deixa muito a desejar. Apesar dos esforços ainda há muita defasagem entre os níveis desejáveis de pesquisa e o que um país como o Brasil necessita para romper a barreira que o separa dos países que produzem ciência”. 

Graça comenta que o Brasil já teve muitas reformas universitárias, mas, ainda do ponto de vista quantitativo, são poucos os que conseguem entrar e/ou permanecer nesse nível de ensino: “no Brasil, apenas 12% dos jovens de 18 a 24 anos estão matriculados em alguma instituição de ensino superior, mesmo com tantos investimentos e programas disponíveis - Prouni, Cotas, ingresso sem vestibular, por que os índices não sobem? Essa questão tem de ser estudada porque envolve muitos aspectos, desde acesso à permanência, que passa também pela qualidade da educação dos demais níveis de ensino, entre outros fatores. É isso que vou analisar, se essas reformas interferem na concepção de uma universidade enquanto instituição social”.

A professora explica que o tema dos projetos de dissertação dos orientandos de sua responsabilidade no Mestrado em Educação também trata desse tema. “Desse modo fica contemplada a necessária articulação na produção do conhecimento nesse curso”.

A estada em Portugal vai possibilitar também uma análise do Processo de Bolonha, que introduz a reforma universitária nos marcos da comunidade européia. “Em um país, onde está resolvida a questão do acesso a esse nível de ensino, a Reforma de Bolonha como alguns a tratam, vem ao encontro de objetivos como ampliação da equivalência, da mobilidade de estudantes e de estímulo à competitividade entre as universidades européias. Aplaudida por alguns europeus, criticada por outros, essa reforma vai definindo no âmbito dos estados nacionais a elaboração de leis necessárias à sua realização, e no caso de alguns países como Portugal, a redução dos recursos públicos para esse nível de ensino, em 2008”, informa Graça. 

“Meu objetivo é fazer uma análise das universidades brasileiras em suas diferentes reformas, cotejando com a reforma de Bolonha na Europa, sugestão de estudo feita pela CAPES. E a re-significação da sua principal função na produção do conhecimento como uma instituição social. Precisamos saber para quem estamos produzindo conhecimento e se ele está refletindo na sociedade”, relata. 

Universidade do Sul de Santa Catarina