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Exercício aumenta o tempo de sono de pessoas com insônia crônicaA pesquisa, apresentada como dissertação de mestrado na Unifesp, verificou que o exercício aeróbio agudo reduz o estado de ansiedade de portadores de insônia crônica primária, melhorando, conseqüentemente, a qualidade e o tempo do sono em uma hora. 

Pessoas que sofrem de insônia crônica primária – caracterizada pelo despertar precoce ou sono não restaurador – podem se beneficiar com a prática de exercício físico, quando realizado em intensidade moderada e algumas horas antes de dormir.

A conclusão é de um estudo realizado no Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício (CEPE) da Unifesp, que avaliou, pela primeira vez, os efeitos de três tipos de exercício físico aeróbio (caminhada moderada na esteira, caminhada intensa na esteira e musculação) realizados de forma aguda e em diferentes intensidades, em pessoas com esse tipo específico de insônia. No total, foram avaliados 36 voluntários, de ambos os sexos, com histórico de insônia crônica primária média de nove anos, que foram separados em diferentes grupos para a prática dos exercícios.

De acordo com Giselle, alguns estudos apontam melhora na qualidade do sono de pessoas sem insônia em torno de 10 minutos após a prática de exercício aeróbio moderado, sem, entretanto, alterar a latência do sono, ou seja, o tempo que o indivíduo demora para dormir. Já em seu estudo, os exercícios mostraram benefícios bem maiores para as pessoas que possuem esse tipo de distúrbio do sono. A pesquisadora observou que, além de aumentar em 37% (aproximadamente uma hora) o tempo de sono desses indivíduos, eles também tiveram reduzida em 54% a latência do sono e, em 7%, o estado de ansiedade. “O que vimos é que o exercício numa intensidade moderada é mais benéfico que aqueles praticados de forma intensa ou que exigem força, como a musculação”, afirma. “A idéia, agora, é estudar como fica o padrão de sono de insones que praticam exercícios em intensidades diferentes, no longo prazo”.

Como foi feita a avaliação

O estudo foi composto por duas avaliações. A primeira, ao entrar no protocolo, denominada basal; e a segunda, após o exercício, chamada de aguda. Questionários específicos para medir a ansiedade e a qualidade do sono foram respondidos, além da realização de polissonografia uma noite antes da realização dos exercícios e na noite seguinte, após 50 minutos de exercícios e intensidades diferentes.

O primeiro grupo fez caminhada moderada na esteira; o segundo, caminhada intensa na esteira; e, o terceiro, musculação. Um quarto grupo não praticou nenhum tipo de atividade e foi considerado de controle.

Um terço da população adulta se queixa de insônia

Embora um terço da população adulta se queixe de insônia, a prevalência da insônia crônica fica em torno de 10% a 15% e, entre 2% e 22% desse total, têm a chamada insônia crônica primária.

Estudo realizado por pesquisadores da Unifesp, em 2003, mostrou que metade da população que residia na cidade de São Paulo apresentava queixas de insônia crônica e que 20% relatavam ingerir medicamentos para dormir, sendo os benzodiazepínicos os mais consumidos.

De acordo com Giselle, alguns fatores podem contribuir para o aparecimento da insônia, entre eles ser do sexo feminino, o envelhecimento, a ocorrência de doenças clínicas ou de transtornos mentais e os trabalhos por turnos.

Giselle também explica que a insônia crônica traz prejuízos no funcionamento diurno das pessoas como fadiga, falta de atenção, de concentração e de memória, mau-humor e irritabilidade.

Nova fase da pesquisa precisa de voluntários

Uma nova fase da pesquisa de Giselle será iniciada. Após verificar que os efeitos dos exercícios praticados de forma aguda em insones foram promissores, a pesquisadora pretende, agora, avaliar se essa prática constante pode ajudar no tratamento de insônia crônica.

O estudo, que terá duração de aproximadamente seis meses, será realizado no CEPE e no Instituto do Sono, ambos localizados na Vila Clementino, zona sul de São Paulo.

Voluntários interessados em participar da pesquisa precisam apresentar queixas de insônia e ter entre 30 e 55 anos. Informações podem ser obtidas pelo telefone 5572-0177, com a própria pesquisadora, ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.


Unifesp Agência