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O Brasil é apontado, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), como o país com maior proporção de aumento da renda individual por conta da conclusão de um curso superior – 144% acima de quem apenas concluiu o Ensino Médio. Para os jovens, em especial oriundos de famílias carentes, esse dado demonstra que a continuidade dos estudos no Brasil, após a conclusão do Ensino Médio, ainda é o principal meio para conquista da melhoria de vida.  Mesmo assim, essa estatística não é a garantia de sucesso profissional para todos. O ingresso no mercado de trabalho dependerá, também, das experiências de cada um e do perfil pessoal e profissional do candidato. “O perfil deve ser desenvolvido em conjunto, ao longo da graduação, e as instituições de ensino devem oferecer meios e oportunidades para isso. Cabe ao estudante aproveitar todas as experiências que lhe são oferecidas para se desenvolver”, diz a pró-reitora de Ensino da Universidade Feevale, Angelita Renck Gerhardt.
Como em toda oportunidade, no entanto, aparecem os oportunistas, aqueles que se aproveitam dos planos e sonhos, em geral de famílias carentes e jovens inexperientes, para vender cursos sem autorização ou reconhecimento do Ministério da Educação (MEC) e, até mesmo, oferecer diplomas falsos. Muitas vezes, consomem os recursos de uma vida inteira das famílias, que ficam sem dinheiro, sem o sonho e sem a oportunidade de uma vida melhor. “Não é preciso dizer que diplomas falsos e cursos sem qualidade são rapidamente descobertos por empresas e organizações sérias”, reforça Angelita. Ela lembra, também, que “o valor do diploma, assim como qualquer outro investimento, não está no que se paga, mas no que ele pode gerar de renda e satisfação por toda a vida”. Além da questão burocrática junto ao MEC, muitos cursos, em especial de ensino a distância, prometem formações que, para garantir a qualidade, demandariam laboratórios presenciais e supervisão de professor com qualificação para a formação prática – o “saber fazer” da profissão escolhida. Em muitos casos, as instituições estão credenciadas no MEC, assim como seus cursos, mas, como não seguem o que definem as diretrizes curriculares nacionais de cada curso quanto às questões presenciais, podem formar pessoas que não conseguem passar em concursos públicos ou seleção de emprego. Com isso, surgem a frustração e o prejuízo no lugar do sonho.

Educação e empregabilidade

O reitor da Universidade Feevale, Cleber Prodanov, destaca a importância da educação para as pessoas e o país, mas teme que será preciso enfrentar um problema que assola alguns países emergentes: o fenômeno que cria diplomas que não garantem a empregabilidade das pessoas.

Na Índia, a economia que mais cresce no mundo e agora o país mais populoso também, com um grande contingente populacional de baixa renda, a realidade educacional sofreu uma reviravolta. “A Índia, como o Brasil, possui excelentes universidades e institutos, que formam pessoas com alta qualificação para o mercado local e global. Na outra ponta, porém, surgiram instituições que trabalham mais na lógica de venda de diplomas que pouco ou nada contribuem para garantir a empregabilidade de seus egressos devido à baixa qualidade de sua formação”, afirma.

Para Prodanov, é necessário rever a regulamentação do sistema educacional brasileiro, qualificando todas as operações relacionadas à educação. “É preciso ter políticas públicas de formação e criar condições mais favoráveis de acesso e permanência nas universidades. Com a educação, toda a sociedade sai ganhando; ela é um investimento para toda a vida, mas precisa ser cada vez mais qualificada”, opina, acrescentando que “expandir o processo educacional deve ter como base a democratização e a qualificação”.

Dicas para evitar golpes ou prejuízos

Para ajudar a evitar golpes ou prejuízos, a pró-reitora de Ensino, Angelita Renck Gerhardt, dá algumas dicas para a checagem dos cursos e instituições. “Seguindo esses passos, conhecendo muito bem o curso e a instituição que o acolherá na profissão e que desenhará o seu futuro, o estudante poderá evitar muitas frustrações e prejuízos”, explica Angelita, acrescentando que a graduação é um investimento para a vida e que vale a pena investir e ter cuidado para fazer a melhor escolha.

1. Já sabe o curso ou a instituição em que deseja estudar? Confira no site do MEC – emec.mec.gov.br – se a instituição e o curso são regulares e têm condições de entregar o diploma ao estudante formado. Verifique nesse site a avaliação do curso e da instituição e evite aqueles com nota abaixo de 3, pois podem ser descredenciados a qualquer momento.

2. Conheça as bases do curso que você quer escolher. Entenda o que o MEC define como Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para cada profissão e veja quais conhecimentos, laboratórios, práticas e estágios com supervisão docente (de professor presencial) o curso deve ofertar. Busque a DCN do curso pretendido no site portal.mec.gov.br/component/content/article?id=12991.

3. Analise a matriz curricular do curso escolhido (deve estar à disposição no site da instituição de ensino). Verifique se as cargas horárias, práticas, laboratórios e estágios exigidos pela DCN do curso estão atendidas na matriz curricular. Visite a instituição para conhecer a estrutura, converse com os estudantes e egressos, busque informações antes de realizar a matrícula. Peça para conhecer os laboratórios do curso e quais competências serão adquiridas em cada espaço.

4. Para saber se o curso atende às diretrizes e entregará uma formação de qualidade, visite e compare instituições, principalmente universidades, que possuem uma estrutura mais ampla e adequada, em função da extensão e da pesquisa. Marque uma conversa presencial com os coordenadores dos cursos antes de decidir pela instituição e curso. Tire todas as suas dúvidas sobre a matriz curricular (da instituição) e a diretriz curricular (padrão do MEC). Se o curso for a distância, verifique se possui professores no local, que o acompanharão na supervisão das práticas.

5. Verifique quais as possibilidades de trabalho, estágio, iniciação científica, extensão e projetos, entre outras, que são ofertadas pela instituição e podem gerar bolsas e experiência durante a graduação. Veja se a instituição conta com um portal que auxilia os estudantes a encontrarem estágios remunerados e outras experiências profissionais.

6. Busque saber sobre o apoio ao aluno que cada instituição oferece – atendimento psicológico e psicopedagógico (quando o estudante tem dificuldades de aprendizagem), se a instituição disponibiliza programa de nivelamento e professores que atendem os alunos com dúvidas de conteúdo do Ensino Médio. Veja se a instituição oferece formações complementares, eventos, cursos de qualificação e outras atividades, inclusive gratuitas, que ampliam a possibilidade de formação do graduando e o desenvolvimento de novos contatos profissionais.

7. Depois que tiver decidido qual a melhor instituição e o melhor curso, só aí busque negociar a questão financeira – Prouni, bolsas, financiamento estudantil etc. Muitas instituições, principalmente universidades, contam com programas de bolsas de iniciação científica, extensão e atletas, entre outras. Vale a pena explorar todas as possibilidades e limitações antes de fechar a matrícula.

Imprensa Feevale