“O ministro Marcos Pontes [da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações] me ligou e disse que precisaria de mim para um evento importante no dia 15 de maio. Perguntou se eu estaria disponível. Respondi que teria uma reunião na Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, mas poderia fazer um ajuste na data. Eu pensava que o ministro se referia a algum evento de divulgação científica, mas então ele me contou que eu havia ganho o prêmio”, disse Bagnato à Agência FAPESP.
Graduado em Física pela USP e em Engenharia de Materiais pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Bagnato coordena atualmente o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) financiado pela FAPESP.
Também é doutor em Física pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), com pós-doutorado pela Universidade de Maryland, ambos nos Estados Unidos. Obteve o título de livre-docente pela USP em 1990. É autor de cerca de 700 artigos científicos e já recebeu diversos prêmios e homenagens, entre eles o Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia, em 2015, e o título de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, concedido pela Presidência da República, em 2007. Em 2018 tornou-se Pesquisador Emérito do CNPq. É membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), da Academia Mundial de Ciências (TWAS, na sigla em inglês), da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (NAS) e da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano.
Além de um diploma e uma medalha concedidos pelo CNPq, Bagnato receberá R$ 200 mil no dia 15 de maio. Poderá ainda escolher entre uma viagem em um navio de assistência hospitalar na Amazônia ou uma viagem à Antártica oferecida pela Marinha do Brasil.
“Aceitei a indicação com muito prazer, mesmo achando que tem gente muito melhor para ganhar esse prêmio”, disse Bagnato.
Entre os cientistas laureados em anos anteriores estão Paulo Eduardo Artaxo Netto (USP, 2016), Walter Colli (USP, 2014), Edgar Dutra Zanotto (UFSCar, 2012), Luiz Davidovich (Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2009), Fernando Galembeck (Universidade Estadual de Campinas, 2006) e o atual vice-presidente da FAPESP, Eduardo Moacyr Krieger (USP, 1997).
“Um prêmio como esse exige que o cientista assuma a responsabilidade de dar ainda mais relevância para seus trabalhos científicos – relevância social inclusive. É necessário ver as necessidades da nação como oportunidades para a ciência fazer a diferença”, disse Bagnato.
Agência FAPESP