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Conhecer as políticas brasileiras de combate ao desmatamento foi o principal norte da visita ao Brasil de uma comitiva de Myanmar – país localizado ao sul da Ásia Continental, liderada pelo ministro de Recursos Naturais e Conservação do Meio Ambiente, Ohn Win. O grupo de 11 pessoas esteve no país de 3 a 7 de julho e desembarcou no Pará no dia 7, para, entre outros compromissos, conhecer as instalações do Centro Regional da Amazônia (CRA) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), referência em monitoramento de florestas tropicais por satélite.
Instalado no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá, em Belém, o CRA/INPE atua ativamente na produção de técnicas e tecnologias para o monitoramento por satélite de florestas tropicais. Diante do avanço e relevância dessas produções, a passagem pelo Centro já se tornou parte integrante das agendas de representantes internacionais preocupados em manter suas florestas de pé.

A delegação de Myanmar realizou visitas técnicas a diversas instituições em Brasília e Belém, incluindo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e Comunicação (MCTIC) para trocar experiências a respeito dos arranjos institucionais, incluindo os quadros político e normativo brasileiros, que permitiram a efetiva implementação pelo Brasil do mecanismo REDD+ para a mitigação das mudanças climáticas.

REDD+ é um incentivo desenvolvido no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) para recompensar financeiramente países em desenvolvimento por seus resultados de Redução de Emissões de gases de efeito estufa provenientes do Desmatamento e da Degradação florestal, considerando o papel da conservação de estoques de carbono florestal, manejo sustentável de florestas e aumento de estoques de carbono florestal.

Que o Brasil possui um sistema de monitoramento de florestas tropicais via satélite referência a nível global, muitos já sabem. Mas o que muitos ainda desconhecem é o fato do país oferecer suas tecnologias a países interessados em também preservar suas florestas. O polo de difusão dessas tecnologias é exatamente o CRA/INPE, em Belém.

A chefe do CRA, Alessandra Gomes, recebeu a comitiva de Myanmar e expôs sobre os projetos do INPE para o monitoramento da Amazônia, entre eles o PRODES – maior programa de monitoramento de florestas do mundo, em atuação desde 1988, e os três principais projetos em execução no CRA: TerraClass, DETER-B e Capacitree -  Projeto de Capacitação em Monitoramento de Florestas por Satélite, iniciativa do INPE que gera material didático e treina técnicos através de cursos nas modalidades presencial e online, para que se tornem aptos a operar metodologias de monitoramento e assim sejam capazes de reproduzir em seus países o sistema de monitoramento brasileiro.

"Por conta da visibilidade e utilidade do assunto monitoramento de florestas tropicais, o INPE costuma receber visitas de países que procuram informações ou ainda que buscam locais para promover projetos de difusão de tecnologias utilizadas para os monitoramentos. A vinda da delegação de Myanmar ao CRA se soma a outras cinco visitas internacionais que já ocorreram somente este ano. Recebemos os Embaixadores da Alemanha e Noruega, pesquisadores das Universidades de Boston (EUA), Leeds (ING) e Toulouse (FRA), o que indica que estamos caminhando pelo caminho certo, conseguindo difundir nossos projetos pelo mundo, que é uma das principais missões do CRA", disse Alessandra Gomes.

Integraram a comitiva asiática ao lado do ministro Ohn Win representantes de cinco ministérios, da Embaixada de Myanmar e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). No Pará, OhnWin revelou estar impressionado com a gestão florestal desenvolvida no Estado e destacou a importância de unir os setores econômicos e sociais em prol de um meio ambiente sustentável.