Instalado no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá, em Belém, o CRA/INPE atua ativamente na produção de técnicas e tecnologias para o monitoramento por satélite de florestas tropicais. Diante do avanço e relevância dessas produções, a passagem pelo Centro já se tornou parte integrante das agendas de representantes internacionais preocupados em manter suas florestas de pé.
A delegação de Myanmar realizou visitas técnicas a diversas instituições em Brasília e Belém, incluindo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e Comunicação (MCTIC) para trocar experiências a respeito dos arranjos institucionais, incluindo os quadros político e normativo brasileiros, que permitiram a efetiva implementação pelo Brasil do mecanismo REDD+ para a mitigação das mudanças climáticas.
REDD+ é um incentivo desenvolvido no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) para recompensar financeiramente países em desenvolvimento por seus resultados de Redução de Emissões de gases de efeito estufa provenientes do Desmatamento e da Degradação florestal, considerando o papel da conservação de estoques de carbono florestal, manejo sustentável de florestas e aumento de estoques de carbono florestal.
Que o Brasil possui um sistema de monitoramento de florestas tropicais via satélite referência a nível global, muitos já sabem. Mas o que muitos ainda desconhecem é o fato do país oferecer suas tecnologias a países interessados em também preservar suas florestas. O polo de difusão dessas tecnologias é exatamente o CRA/INPE, em Belém.
A chefe do CRA, Alessandra Gomes, recebeu a comitiva de Myanmar e expôs sobre os projetos do INPE para o monitoramento da Amazônia, entre eles o PRODES – maior programa de monitoramento de florestas do mundo, em atuação desde 1988, e os três principais projetos em execução no CRA: TerraClass, DETER-B e Capacitree - Projeto de Capacitação em Monitoramento de Florestas por Satélite, iniciativa do INPE que gera material didático e treina técnicos através de cursos nas modalidades presencial e online, para que se tornem aptos a operar metodologias de monitoramento e assim sejam capazes de reproduzir em seus países o sistema de monitoramento brasileiro.
"Por conta da visibilidade e utilidade do assunto monitoramento de florestas tropicais, o INPE costuma receber visitas de países que procuram informações ou ainda que buscam locais para promover projetos de difusão de tecnologias utilizadas para os monitoramentos. A vinda da delegação de Myanmar ao CRA se soma a outras cinco visitas internacionais que já ocorreram somente este ano. Recebemos os Embaixadores da Alemanha e Noruega, pesquisadores das Universidades de Boston (EUA), Leeds (ING) e Toulouse (FRA), o que indica que estamos caminhando pelo caminho certo, conseguindo difundir nossos projetos pelo mundo, que é uma das principais missões do CRA", disse Alessandra Gomes.
Integraram a comitiva asiática ao lado do ministro Ohn Win representantes de cinco ministérios, da Embaixada de Myanmar e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). No Pará, OhnWin revelou estar impressionado com a gestão florestal desenvolvida no Estado e destacou a importância de unir os setores econômicos e sociais em prol de um meio ambiente sustentável.