As principais constatações dos envolvidos na realização do projeto, juntamente com professores e diretores de escolas, são de que o fato de usar óculos melhora a qualidade do aprendizado e de interação nas aulas, além de contribuir com a redução da evasão escolar. Sem dificuldades para enxergar o conteúdo na lousa ou para leitura de livros e apostilas, o aluno passa a ter maior interesse pelos estudos e a participar das aulas, de tal forma que seu interesse inibe a possibilidade de abandonar os estudos.
“Realmente é algo muito positivo. O problema visual atrapalha o aproveitamento, mas quando resolvido, a situação se inverte”, disse na tarde desta terça-feira (9) o diretor da escola Comendador Tannel Abbud, professor Alberto Cervelini Filho. Esta escola foi a última de 14 nas quais os alunos passaram por testes de acuidade visual neste semestre, aplicados por estudantes da Faculdade de Medicina de Presidente Prudente (Famepp), são orientados e acompanhados por professores.
O projeto do Lions Clube Centenário envolve entre os parceiros a Unoeste e o Banco de Olhos Maria Sesti Barbosa, da Santa Casa. Os testes são realizados nas escolas e alunos com possíveis problemas são encaminhados para exames clínicos, cabendo ao médico que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) detectar as necessidades de uso de óculos, tratamento ou cirurgia. São atendidos alunos que estão ingressando no segundo ciclo do ensino fundamental, os mesmos que quando iniciaram o primeiro ciclo, na rede municipal, foram avaliados pelo setor de oftalmologia da secretaria de saúde.
A responsável pelo projeto pelo curso de Medicina, professora Elenice Morini Duarte, contou que estão envolvidos estudantes inseridos no Programa de Aproximação Progressiva à Prática (Papp), comprometidos com a responsabilidade social e prontos para compreender a realidade da população, visando atender a Política Nacional de Humanização. “O projeto se destaca por sua importância no fortalecimento das ações desenvolvidas pelo SUS e por um instrumento de prevenção às doenças, de promoção à saúde e educação em saúde, colaborando para a criação de ambientes saudáveis”, comentou a professora.
“Quando se verifica a deficiência visual nos escolares, constata-se em muitos deles um comprometimento em seu desenvolvimento intelectual, já que o veículo para a obtenção de informações [o olho] encontra-se comprometido. Através da visão, chega-se obter tantas e tão precisas informações sobre o meio que podem, inclusive, influir sobre outros sentidos”, explicou Elenice que ainda destacou o papel do estudante de medicina na assistência preventiva, pois o diagnóstico precoce e posterior encaminhamento ao médico implicam na facilitação à vida escolar e no desenvolvimento humano.
Pelo menos metade dos alunos que passaram pelos testes de acuidade visual já foi atendida com exames clínicos e o restante receberá atendimento até o fechamento deste semestre, conforme a assistente social do banco de olhos Fátima Rota. As ações do projeto foram nas escolas Marietta Ferraz de Assumpção, Marrey Júnior, Joel Antônio de Lima Genésio, Francisco Pessoa, Miguel Omar Barreto, Anna Antônio, João Alfredo da Silva, Arlindo Fantini, Placídio Braga Nogueira, Mosenhor Sarrion, Hugo Miele, Pedro Tófano, Teófilo Gonzaga da Santa Cruz e Tannel Abbud.
No segundo semestre as ações serão nas escolas Mirella Pesce Desideri, Formozinho Ribeiro, Antônio Fioravante de Menezes, Fátima Falcon, Oracy Matricardi, Clotilde Veiga de Barros, Celestina de Campos Toledo Teixeira, Fernando Costa, Florivaldo Leal, Dr. José Foz e Maria Luiza Bastos. O projeto Saúde Visual do Escolar foi implantado em 2010, de tal forma que são oito anos da parceria Lions, Santa Casa e Unoeste, na qual também ocorre a campanha permanente pela doação de órgãos e tecidos.