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A Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) não vai ofertar novas vagas para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) no segundo semestre de 2015. Entre as razões para a resolução adotada, o coordenador de Orçamentos e Finanças da Unisc, Dorivaldo Brites de Oliveira, destaca as modificações referentes ao financiamento, publicadas pelos Ministério da Educação e Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão em junho deste ano, por meio de nota conjunta à imprensa.
“Essas modificações são bastante expressivas, pois elevam a taxa de juros para o acadêmico de 3,4% para 6,5% ao ano. O pagamento de juros trimestrais também foi modificado, passando de R$ 50 para R$ 250 (ou R$ 1.000 ao ano)”, explica. O fato de haver indefinição do número de vagas ofertadas para a região e as Instituições de Ensino Superior (IES) nela enquadradas e a falta de clareza de informação na Portaria sobre os percentuais de financiamento dos alunos também contribuíram para a tomada de decisão.

Além disso, o Novo Fies (como foi denominado na nota conjunta à imprensa) estabelece uma nova forma de coparticipação do estudante, substituindo o critério de renda familiar bruta para a renda familiar per capita. Com isso, o limite de renda para acesso ao Fies passa a alcançar apenas estudantes com renda familiar per capita de até 2,5 salários mínimos.

“A Unisc já oferece vagas no Programa Universidade para Todos (Prouni), que permite o acesso ao ensino superior de forma gratuita para os estudantes. Este está limitado a uma renda familiar per capita de até 1,5 salários mínimos. Como geralmente sobram vagas neste programa aqui na Instituição, entende-se que o Fies seria interessante apenas para um público com faixa de renda entre 1,5 e 2,5 salários mínimos”, esclarece.

Nestes casos, a coparticipação (parte a ser paga pelo aluno) proposta pelo Governo Federal seria entre R$ 504,32 a R$ 748,60. Ou seja, o aluno não financiaria 100% da mensalidade como era até 2014. Em outras palavras, um aluno com renda per capita familiar entre 2 e 2,5 salários mínimos inscrito em um curso com mensalidade de cerca de R$ 1.000, poderia financiar menos da metade do valor, desembolsando R$ 750, comprometendo 38% de sua renda e tendo ainda que pagar juros trimestrais de R$ 250. “Entende-se que essa forma de financiamento não é interessante para o acadêmico”, reforça Brites.

De acordo com ele, há várias outras instituições do Estado que também não vão ofertar vagas pelos mesmos motivos. “No primeiro semestre de 2015, tivemos o ingresso de 464 acadêmicos pelo Fies. Isso não quer dizer que teríamos o mesmo número de vagas no segundo semestre, pois o governo alterou a política de concessão de financiamento, privilegiando as regiões norte, nordeste e centro-oeste, além de beneficiar determinados cursos. Imaginamos que, com essa nova política, não teríamos (a Unisc) mais do que 50 vagas, conforme supomos”, acrescenta.

CrediUnisc é alternativa para financiar o sonho da graduação

 A Instituição reeditou, em maio deste ano, uma resolução para o já existente CrediUnisc, criado em 2006, que concede financiamento de 50% no valor das mensalidades dos cursos de graduação. A proposta foi aprovada em reunião do Conselho Universitário (Consun) no dia 21 de maio.

O Crédito Educativo vai beneficiar os estudantes que se enquadram na renda familiar de até 12 salários mínimos. O saldo devedor será corrigido pelo índice INPC e será acrescida uma taxa de administração de 2,5% ao semestre. O pagamento se inicia logo após a conclusão do curso, quando o aluno terá o prazo de quitação equivalente ao tempo de utilização do financiamento.

“Para o segundo semestre de 2015 serão ofertadas 200 vagas do CrediUnisc. Nesta semana, será publicado edital no site da Universidade com as informações pertinentes. Essa modalidade própria já existia no passado, mas ficou um tempo sem ser oferecida devido ao Fies, que foi um ótimo programa entre 2010 e 2014, mas que hoje não cumpre o mesmo papel”, conclui Brites. A decisão de não ofertar o Fies diz respeito ao segundo semestre de 2015, não é permanente.