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Pacientes portadores de Comprometimento Cognitivo Leve e Doença de Alzheimer participam de um estudo que busca diagnosticar e acompanhar o desenvolvimento de alterações linguísticas. A intenção é identificar o nível de comprometimento cognitivo ou a neurodegeneração provocada pelo Alzheimer a partir da avaliação da linguagem desses pacientes, comparado ao desempenho de pessoas saudáveis com mesma faixa etária e nível de escolaridade.
A pesquisa é realizada pelo Grupo de Estudos em Neurolinguística e Psicolinguística (Genp), do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Letras da PUCRS. “Além da memória, a linguagem é uma das primeiras funções afetadas em uma pessoa com Alzheimer, em especial no nível discursivo e semântico”, lembra a coorde nadora do grupo, professora Lilian Cristine Hübner.

O diferencial da pesquisa é a administração de uma bateria de testes totalmente desenvolvida pelo grupo, que permite a detecção de alterações em vários níveis da produção e da compreensão linguística. Os pacientes são convidados a contar uma história a partir de sequência de figuras, nomear gravuras, explicar semelhanças e diferenças entre elementos e aprender uma lista de palavras por associação.

Lilian lembra que o projeto permite analisar o que foi alterado e o que ficou preservado na linguagem em sua interação com outros componentes cognitivos, avaliados por outros profissionais, em uma atividade multidisciplinar. Esse processo permite uma avaliação e um diagnóstico mais precisos do comprometimento cognitivo e da Doença de Al zheimer. “O desempenho linguístico do paciente ! é importante para sua atuação e inserção social. Diagnosticar suas limitações e aspectos preservados contribui para que ele seja mais bem compreendido e auxiliado em suas demandas de comunicação no meio em que vive”, afirma a coordenadora.

O projeto de avaliação da linguagem integra o Programa de Envelhecimento Cerebral (Pence), do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS. Em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, por meio de seus agentes comunitários, o programa realiza uma triagem com pessoas acima de 55 anos, cadastradas na Estratégia de Saúde da Família (ESF) das áreas de abrangência do Hospital São Lucas (HSL). Os pacientes selecionados são encaminhados ao Ambulatório de Envelhecimento Cerebral do HSL, onde são avaliados por três equipes: neurológica, psiquiátrica e cognitiva. O proje to de avaliação linguística conta com verba concedida por órgãos de fomento (Fapergs, Capes e CNPq) e pelo Edital Praias da PUCRS.