Trabalhou também na elaboração de um novo currículo escolar de Física, propôs e dirigiu uma área interdisciplinar de graduação pioneira, dedicada ao ensino da Física e das Ciências, e publicou artigos em periódicos nacionais e internacionais sobre reações nucleares e estrutura do núcleo atômico.
A opção pela educação científica foi natural e aconteceu gradualmente, afirmou o professor em entrevista ao Museu da Vida, em 2004. Na Estação Ciência, centro de divulgação de ciência da USP fundado em 1987, que ajudou a criar e dirigiu de 1994 a 2003, Hamburger modernizou as atividades educacionais, iniciou exposições itinerantes, criou a série de vídeos Minuto Científico e um grupo de teatro que encenava peças sobre temas científicos.
Durante a cerimônia, Celso Lafer, presidente da FAPESP, lembrou o tema da conferência “As duas culturas”, proferida pelo físico e romancista inglês Charles Percy Snow (1905-1980), em Cambridge, Reino Unido, em 1959, para descrever o trabalho de Hamburger.
“O papel desempenhado por Ernst no processo de difusão do conhecimento contribui para a superação do hiato entre a cultura científica e as humanidades”, disse Lafer.
Em 2013, Hamburger iniciou uma etapa nova de trabalho ao assumir a coordenação de Educação e Difusão do Conhecimento do Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão em Neuromatemática, um dos 17 centros selecionados no segundo edital do programa Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP, divulgado em maio.
Ao receber o título de Cidadão Paulistano, Hamburger reafirmou que o “desafio da divulgação científica no país é tornar a ciência tão popular quanto o carnaval e o futebol no cotidiano das pessoas”, destacando a necessidade de integrar a produção e a difusão de ciência.
“Aprendi que todas as instituições de pesquisa que realizam grandes despesas, necessárias para a realização de pesquisas, devem ter um departamento especializado ou pelo menos uma pessoa para ajudar a população a entender os avanços da ciência”, disse.
Agência FAPESP