Interessado especialmente na área de desenvolvimento de jogos e programação, Gonçalves também queria saber quais eram as oportunidades de intercâmbio internacional oferecidas pela USP e conhecer melhor as atividades desenvolvidas por quem se forma na área de computação. Ele veio ao evento acompanhado pelo pai, o engenheiro civil Jones Gonçalves, e pela irmã, que tem 17 anos e está interessada no curso de Veterinária. “A preocupação de pai é com o futuro deles. No caso do Iago, eu queria mostrar as oportunidades que ele pode criar a partir de agora e apresentar o que a USP oferece”, contou o pai. “No estande, a conversa que tivemos superou a minha expectativa e serviu para deixar a chama que motiva meu filho ainda mais forte”, completou.
Mas, afinal, qual a diferença entre Ciências de Computação, Engenharia de Computação e Sistemas de Informação? Essa foi uma das principais questões repetidas pelos estudantes que visitaram o estande do ICMC. O professor Marcelo Manzato, docente do ICMC, explica que Ciências de Computação é um curso que visa formar cientistas aptos a resolver problemas, especialmente na área de software. “O cientista de computação faz todo o planejamento do sistema que irá controlar, por exemplo, o estoque de produtos de uma empresa. Depois, desenvolve esse sistema e o testa, resolvendo o problema”, contou Manzato. Mais um exemplo que o professor usou, durante a feira, para explicar o que faz alguém que se forma em Ciências da Computação: “Você aprende como o Facebook foi desenvolvido e como poderia desenvolver algo parecido”.
Já o curso de Engenharia de Computação, de acordo com Manzato, é mais direcionado para a área de hardware, embora os engenheiros de computação também possam atuar com software. “Os alunos terão aulas de engenharia elétrica e terão que tirar o registro profissional no CREA para poderem atuar”, contou.
Quanto ao curso de Sistemas de Informação, o professor explicou que é mais voltado para quem gostaria de atuar em áreas mais voltadas a negócios. “Aqui, o aluno encontrará disciplinas de administração, economia, empreendedorismo e ética empresarial. Ele estará apto a fazer, por exemplo, o controle de crédito de um banco, por conhecer a área de processamento de dados”, afirmou.
O professor Adenilso Simão explica que, apesar dos enfoques diferenciados, os três cursos têm um núcleo comum de disciplinas e, atualmente, com a alta demanda por esses profissionais no mercado de trabalho, não há grande diferença na área de atuação. “Existem tarefas que são próprias de cada um desses profissionais, porém, a demanda no mercado é tão grande, eles precisam tanto de pessoas com boas habilidades de programação, que já não importa qual é a especialização. Por isso, é comum encontrar pessoas formadas nesses três cursos trabalhando em um mesmo projeto, com a mesma atribuição. Isso não é uma regra, não é porque os cursos não deveriam ser distintos, mas devido a uma característica atual do mercado, em que há uma demanda muito grande”, concluiu.
Amor à matemática
Outra questão bastante repetida pelos pré-vestibulandos é em relação à diferença entre outros três cursos oferecidos pelo ICMC: licenciatura e bacharelado em Matemática; e bacharelado em Matemática Aplicada e Computação Científica. A professora Marina Andretta explicou que quem deseja dar aulas no ensino médio, deve optar pela Licenciatura; já aqueles que optam pelo Bacharelado vão estudar a teoria matemática pura e podem trabalhar na área de pesquisa ou atuar em empresas. “Já no curso de Matemática Aplicada e Computação Científica, é comum que o ponto de partida seja um problema real. Ele é transformado em um problema matemático e, a partir daí, resolve-se a questão. Nesse caso, usam-se mais recursos da área de computação”, disse Andretta.
Os estudantes que compareceram ao estande do ICMC em São Paulo puderam, ainda, se divertir com os jogos matemáticos utilizados pelo Laboratório de Educação Matemática, como a Torre de Hanói, e tiveram a oportunidade de conhecer uma das atividades extracurriculares desenvolvidas pelos estudantes do Instituto, o futebol de robôs do grupo Warthog Robotics.
Além dos cursos mencionados anteriormente, o ICMC também oferece graduação em Estatística (bacharelado) e Ciências Exatas (licenciatura).
Sobre a feira
As Feiras de Profissões da USP são grandes eventos com duração de três dias que acontecem duas vezes por ano. Organizadas em formato de estandes, são gratuitas e voltadas sobretudo aos alunos do ensino médio e de cursos preparatórios para o vestibular.
A Feira de Profissões da USP São Paulo é realizada desde 2006 na capital e reúne mais de 55 unidades de ensino e pesquisa, além de órgãos e museus. É aberta a todos os estudantes, mas seu principal foco é o aluno de escola pública. Nos estandes da FUVEST e da Pró-Reitoria de Graduação são oferecidas informações sobre as ações do INCLUSP, que beneficiam os alunos da rede pública com bonificações na nota da prova do vestibular e bolsas de estudos para os ingressantes.
Já a Feira de Profissões do Interior acontece desde 2001 e é um evento itinerante organizado anualmente por um dos campi do interior (Bauru, Lorena, Piracicaba, Pirassununga, Ribeirão Preto e São Carlos). A feira divulga apenas os cursos oferecidos nos campi do interior, recebendo um público médio de sete a oito mil visitantes entre estudantes, professores, pais, demais interessados e acompanhantes.
Para saber mais, visite o site do programa USP e as Profissões:
prceu.usp.br/uspprofissoes
Para conferir as fotos do evento, clique aqui: icmc.usp.br/e/61266