Segundo nota do ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, as novas regras permitirão “reduzir em até dois terços o prazo atualmente praticado para emissão de vistos de trabalho”. Além disso, foi criado um cadastro eletrônico das empresas ou pessoas físicas que contratam estrangeiros – que não precisarão reapresentar dados cadastrais a cada nova solicitação.
Outra resolução do CNIg, publicada na mesma data, concede visto temporário de até 90 dias para estudantes de pós-graduação estrangeiros, matriculados no exterior, que venham trabalhar no Brasil durante o período de férias acadêmicas nas instituições de ensino de origem.
As duas iniciativas foram muito bem recebidas na Universidade de São Paulo (USP). Segundo o embaixador Osmar Chohfi, vice-presidente do Conselho Internacional do Programa USP Internacional, as resoluções do CNIg “constituem um passo importante na facilitação do intercâmbio e na simplificação das medidas administrativas para a atração de pesquisadores e professores estrangeiros”.
“Da mesma forma, representam atrativo adicional para que estudantes e pós-graduados estrangeiros se interessem em vir ao Brasil para atividades específicas de pesquisa ou para participar de eventos, durante períodos de curta ou média duração”, afirmou.
Conforme disse o embaixador à Agência FAPESP, “essas medidas contribuem para a implementação mais eficaz de acordos vigentes na área educacional e cultural, tanto dos convênios assinados entre países como dos firmados entre universidades e instituições de pesquisa”.
O Programa USP Internacional foi criado pela Reitoria da Universidade de São Paulo em março deste ano para apoiar o processo de internacionalização que já vinha sendo conduzido pela vice-reitoria executiva de Relações Internacionais e que propiciou a assinatura de cerca de 600 convênios.
A criação do programa ocorre no momento em que a USP consolida posição entre as principais universidades do mundo. Confirmando avaliações positivas ocorridas em anos anteriores, a Universidade de São Paulo ficou entre as 50 melhores universidades em cinco disciplinas no Ranking Mundial de Universidades por disciplinas QS 2013.
“O intercâmbio cultural e a internacionalização da pesquisa constituem uma tendência mundial e também um imperativo do atual momento brasileiro”, observou Celso Lafer, presidente da FAPESP, que também preside o Conselho Internacional do Programa USP Internacional.
Lafer lembra que a FAPESP, em especial, tem atuado de forma vigorosa nesse sentido. Além do fortalecimento de iniciativas anteriores que já possuíam esse viés estratégico, como o Programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes e os Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs), entre outras, o novo Programa SPEC (São Paulo Excellence Chairs), que busca estabelecer colaborações entre instituições do Estado de São Paulo e pesquisadores de alto nível radicados no exterior, é uma clara expressão dessa diretriz.
O processo de internacionalização é uma estrada de mão dupla, como enfatizou o embaixador Osmar Chohfi em relação ao Programa USP Internacional. “Temos muito a receber, mas não podemos nos esquecer de que também poderemos oferecer muito em setores onde nos destacamos”, ponderou.
“Reciprocidade é fundamental e nosso intercâmbio deve objetivar tanto a cooperação com o mundo desenvolvido quanto com o mundo em desenvolvimento. América Latina e África são, por exemplo, regiões com as quais podemos cooperar muito significativamente”, disse Chohfi.
Agência FAPESP