No dia 25 de fevereiro, Marcelo voltou de uma jornada de seis meses no College of Commerce National Chengchi University, localizado na capital Taipei. “Fiquei impressionado com o senso de cidadania em Taiwan”, afirma o estudante. “Existem dois tipos de filas: para quem está com pressa e para quem não está. As pessoas guardam o lixo e esperam um caminhão passar em horário determinado, não é preciso haver lixeiras nas ruas. Ideias como organização e sustentabilidade parece que já são naturais”, conta Marcelo.
Uma nova parceria entre o governo de Taiwan e a Universidade de Brasília promete ampliar o número de experiências como a de Marcelo. Em visita à UnB nesta quarta-feira, 6 de março, o representante do Escritório Econômico e Cultural de Taiwan no Brasil, Jorge Guang Pu Shyu, propôs ao reitor Ivan Camargo um acordo bilateral com a Universidade Nacional de Taiwan, considerada a melhor do país e presença constante na lista das 100 melhores instituições de ensino superior do mundo. “Já produzimos três presidentes da República e cinco prêmios Nobel”, conta, com orgulho, o diplomata Pu Shyu. “Como porta-voz dos estudantes das UnB, que já demonstraram muito interesse pela Ásia como um todo, posso dizer que essa parceria é extremamente positiva”, afirmou Ivan. “Superar as barreiras geográficas e culturais, principalmente com relação à língua, é uma boa experiência para os dois países”, completou.
O reitor comentou que em encontro recente, o Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, reafirmou a importância da internacionalização do ensino superior além do circuito Estados Unidos-Europa.
O diplomata Pu Shyu também manifestou interesse em firmar acordo com a UnB para fornecimento de bolsas de mestrado e doutorado da Academia Sinica, instituição taiwanesa interdisciplinar de pesquisa e pós-graduação. A Academia tem programas que são referência em áreas como Bioinformática, Medicina Molecular, Nano Ciência e Biodiversidade. “Apesar de não termos relações oficiais com o Brasil, já temos experiências comerciais e culturais muito importantes. Com o intercâmbio acadêmico, temos novas expectativas”, completou Pu Shyu.
NOVOS HORIZONTES – A Chengchi University, onde Marcelo estudou, tem um departamento específico que oferece disciplinas voltadas aos alunos estrangeiros. A instituição realiza pesquisas com os estudantes para descobrir suas áreas de interesse, o que resulta na oferta de matérias como Política Externa Chinesa, Cultura e Língua Chinesas. Os alunos não precisam ter conhecimento em mandarim, já que as aulas são ministradas em inglês.
Dentro da universidade, Marcelo se surpreendeu com a estrutura da recepção aos intercambistas, vindos do mundo todo. Os alunos contam com alojamento dentro da instituição e são recepcionados por “padrinhos”, que apresentam o funcionamento da universidade e dão dicas sobre os costumes locais. “Meus padrinhos até me ajudaram a comprar colchão”, conta Marcelo, que teve ajuda de uma aluna e de um aluno locais. “Encontrei professores e alunos do Gabão, Estônia, El Salvador e de muitos outros lugares. Acho que a UnB tem muito a aprender com Taiwan. Lá, a internacionalização pode ser vista nos corredores da universidade ”, completa. Com os chineses, Marcelo conta que aprendeu a “desacelerar”. “Lá o ritmo é outro. Eles são muito espiritualizados”, diz.
Agora, a Universidade de Brasília se prepara para receber a primeira estudante vinda de Taiwan: Chen Yu An, aluna do curso de Letras da National Chenghi University. Ela vai cursar um semestre na UnB, de 1º de abril a 27 de julho de 2013.
UnB Agência