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Uma expedição para a Antártica partirá em 3 de março para realizar pesquisas na Península Fildes, na Ilha Rei George, com o objetivo de verificar o estoque e a emissão de gás carbônico (CO2) em lagos da região e monitorar o recuo das geleiras, provocado pelo degelo, e sua relação com o aumento de temperatura no local (elevação de três graus Celsius nos últimos 50 anos).
Além disso, serão monitorados os sedimentos enviados para o ambiente marinho em decorrência da retração das geleiras. A pesquisa é de extrema importância porque as alterações climáticas no continente antártico influenciam diretamente nas mudanças de temperatura e na incidência de chuvas na América do Sul e, por consequência, no Brasil, o sétimo país mais próximo da Antártica.

A equipe de pesquisadores que será enviada à Ilha Rei George contará com a participação dos professores Rosemary Vieira, coordenadora do projeto, e Humberto Marotta Ribeiro, ambos do Laboratório de Processos Sedimentares e Ambientais (Lapsa), do Instituto de Geociências da Universidade Federal Fluminense (UFF). Também integrando o grupo estarão a pesquisadora Kátia Kellem da Rosa e os estudantes Enoil de Souza Junior e Carolina Lorenz Simões, do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O transporte dos pesquisadores até a Antártica está a cargo da Operação Antártica XXXI, ligada ao Programa Antártico Brasileiro (Proantar), sendo realizado por avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Os pesquisadores da UFF farão o embarque no aeroporto do Galeão, na cidade do Rio de Janeiro, enquanto que os integrantes gaúchos embarcarão em Pelotas, seguindo todos para Punta Arenas, no Chile. Ao chegar lá terão que aguardar condições meteorológicas favoráveis para a travessia da Passagem de Drake.

Em decorrência do incêndio ocorrido na Estação Antártica Comandante Ferraz em fevereiro de 2012, os pesquisadores brasileiros ficarão hospedados na estação chilena de Escudero, na Península Fildes, até o fim de março. O Chile também oferecerá apoio no deslocamento e nas tarefas de campo ao longo da península. A parceria é fruto de um acordo de cooperação científica firmado entre Brasil e Chile enquanto o governo brasileiro estiver reconstruindo sua estação.

O trabalho de pesquisa recebe apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera. A logística, além de contar com a ajuda do Proantar, recebe auxílio do Instituto Antártico Chileno (Inach).