Em desenvolvimento desde 2011, o estudo leva em conta que o chá é uma bebida muito consumida no mundo, sendo que o chá preto possui ação antioxidante e atividade antitumoral que previnem o câncer e inibem a proliferação tecidual. Considera que o corpo lúteo é formado após a ovulação e possui alta capacidade proliferativa. Portanto, a hipótese da pesquisa é se o consumo de chá preto poderia influenciar no crescimento do corpo lúteo que libera estrógeno e progesterona, hormônios necessários para a manutenção da gravidez. Dados parciais demonstram que não.
“Porém, o estudo tem continuidade e a próxima meta será avaliar a concentração de hormônio produzido pelo corpo lúteo, que é a progesterona; e, através de biotecnologia molecular, determinar a expressão de fatores de crescimento associado à proliferação tecidual”, diz a doutora Caliê que acaba de retornar da Alemanha e retomar suas atividades na Unoeste, entre as quais a de docente no mestrado em Ciência Animal, mantido junto a Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação. Conta que a primeira participação da Unoeste se deu no ano passado, quando a doutora Inês Cristina esteve na 38º edição, em Vancouver, no Canadá.
No experimento com o chá preto um grupo de ratas recebeu o líquido por 90 dias no lugar da água, tempo que representa uma vida. Mesmo assim, não atrapalhou a função fisiológica, nem afetou o número de corpos lúteos e nem o peso dos ovários. O trabalho que ainda compreende chás verde e branco teve parte apresentada em 2012. Agora, em 2013, neste congresso que é o mais importante do mundo em biotécnicas de reprodução animal, a Unoeste representou o Brasil juntamente com renomadas instituições como a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O estudo de natureza interdisciplinar envolve ainda como colaboradoras cadastradas junto à Fapesp – além de Caliê – as doutoras Rosa Maria Barilli Nogueira e Célia Braga Laposy. Ainda do mestrado em Ciência Animal está o professor Rogério Giuffrida, junto aos demais colaboradores como Luciana Gualberto Machado, professora do curso de Zootecnia, o aluno do mestrado Dayvid Parreira Vieira e aluna de graduação da Medicina Veterinária Érica Solange Caetano Kikuchi, todos da Unoeste, além da doutora Paula de Carvalho Papa, professora da Medicina Veterinária da USP.
A doutora Caliê esteve em outro compromisso de caráter científico, numa visita ao Institut für Nutztiergenetik, na cidade de Mariensee, a 36 quilômetros de Hannover, onde grande parte das pesquisas é voltada para suínos. Conta que o instituto está aberto para intercâmbios e revela que a aluna de Medicina Veterinária, Jakeline Donadelli, está empenhada em obter proficiência na língua alemã, com a pretensão de fazer pós-graduação na Alemanha. Comenta que “os pesquisadores alemães são receptivos”; o que representa boa dica aos estudiosos da Unoeste.
Fato marcante para os brasileiros em Hannover foi ter um palestrante no congresso, o doutor Ciro Moraes Barros, professor da Unesp em Botucatu, onde orientou o mestrado de Caliê. Também é coordenador de área da Fapesp. Proferiu a palestra Effect of Superstimulatory treatments on the expression of genes related to ovulatory capacity, oocyte competence and embryo development in cattle, ou seja: Efeito dos tratamentos na expressão de genes relacionados à capacidade ovulatória, competência ocitária em desenvolvimento embrionário de vacas.