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O Centro de Processos Seletivos da Universidade Federal do Pará (Ceps) divulga nesta sexta-feira, 1º de fevereiro, o Listão do Vestibular Indígena da instituição e também o resultado da seleção especial para o curso de Etnodesenvolvimento. As listas serão disponibilizadas no www.ceps.ufpa.br e o edital de habilitação para estes candidatos deve ser publicado ate o dia 7 de fevereiro no www.ciac.ufpa.br.
Pelo quarto ano consecutivo a federal paraense ofertou vagas especialmente para estudantes de origem indígena. Desta vez, foram 358 vagas, duas em cada um dos 179 cursos de graduação ofertados na capital e no interior do estado para 2013. Das mais de cem solicitações de inscrição, apenas 60 foram homologadas. De acordo com a organização do concurso, o maior problema foi a falta de apresentação de documentos escolares e da Declaração de Pertencimento a etnias indígenas.

Os candidatos indígenas realizaram a primeira fase da seleção no dia 13 de janeiro, quando elaboraram uma prova de redação. No período e 13 a 15 deste mês eles também foram avaliados durante entrevistas individuais com a Comissão Especial de Seleção Indígena. Após a correção das provas e a análise das entrevistas, a Ceps deve entregar o resultado oficial no início desta sexta-feira, 1º, para, em seguida, publicar o resultado.

Jane Beltrão, presidente da Comissão Especial de Seleção Indígena, reafirma a importância da reserva de vagas para indígenas e povos tradicionais. “Este sistema corresponde à correção do acesso de povos indígenas ao ensino superior, direito conquistado depois de séculos de colonialismo. É obrigação constitucional produzir igualdade de acesso aos povos etnicamente diferenciados. A ‘indianização’ dos corredores da UFPA é imperiosa e espera-se que no futuro a presença seja mais massiva, contribuindo para a mudança de pensamento que desconsidera os conhecimentos tradicionais”, afirma a antropóloga. Segundo ela, isso requer tempo, mas é possível. Neste mês a UFPA contratou seu primeiro professor indígena que atuará no curso de Etnodesenvolvimento, em Altamira.

Curso especial para populações tradicionais também lança resultado - Indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pescadores, agricultores familiares e representantes do movimento negro. Um grupo bastante heterogêneo, de 49 candidatos, participa do Processo Seletivo Especial 2013-4, que oferta 45 vagas para a segunda turma do único curso do Brasil de Bacharelado em Etnodesenvolvimento, oferecido entre as políticas afirmativas da Universidade Federal do Pará (UFPA).

A seleção começou com uma prova de Língua Portuguesa, no dia 13 de janeiro, nos campi de Belém e de Altamira, e seguiu com entrevistas individuais mediante a análise do histórico escolar do ensino médio, marcadas para a tarde do dia 13 e ao longo dos dias 14 e 15 de janeiro.

Para a vice-diretora do curso de Etnodesenvolvimento, Eliane Sousa Faria, a parceria entre o conhecimento acadêmico e o saber tradicional é o principal aspecto da graduação.

“Ao longo desses dois anos de curso, percebemos que os alunos têm crescido muito no sentido de ajudar em suas comunidades. O curso tem contribuído para que eles se autodefinam em relação à comunidade à qual pertencem e a teorizar coisas que eles já viviam na prática, mas não sabiam com embasamento teórico. Não é que eles vão ‘aprender’, mas vão organizar os conhecimentos tradicionais que já têm”, aponta.

Serviço:
Listão do Vestibular Indígena da UFPA e do curso de Etnodeenvolvimento
Data: 1º de fevereiro de 2013
Local: www.ceps.ufpa.br
Informações sobre habilitação: www.ciac.fpa.br