
“Somos um país marcado pela pluralidade”, disse Mercadante. “Nossa constituição histórica se deu por múltiplas vertentes. Quando a identidade é construída com a exclusão do outro, ela é a raiz da violência.”
De acordo com o ministro, a escola deve combater essa visão. “Precisa construir uma cultura de respeito à diversidade, à pluralidade, a todas as formas e dimensões de ouvir, conhecer, ter interesse pelo que o outro traz em sua bagagem e em sua história”, salientou.
Dos mais de 200 trabalhos inscritos, foram selecionados nove vencedores, em quatro categorias, além de uma menção honrosa. Um deles foi o de Antônio Marcos Lima de Oliveira, que ganhou o primeiro lugar na categoria voltada para desenvolvimento de projetos de direitos humanos nas escolas públicas e particulares do país.
Professor na escola pública Deputado Joaquim de Figueiredo Correia, no município de Iracema, Ceará, Oliveira desenvolveu o programa de rádio Palavra Jovem: a Voz da Cidadania. Com duração de 30 minutos, o programa, produzido pelos alunos com ajuda dos professores, vai ao ar todas as terças-feiras. Nele são debatidos temas como alcoolismo, exploração sexual, trabalho infantil e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, entre outros.
“Em algumas cidades do interior brasileiro, não há jornal local, nem televisão, nem universidade para fazer o trabalho de extensão”, observou o professor. “Cabe muitas vezes às escolas fazer esse papel, trabalhar com os alunos e suas famílias.”
Valores — A premiação é considerada importante mecanismo de fortalecimento de práticas educacionais que promovam a construção de uma cultura universal dos direitos humanos. Ela foi concebida como bienal para permitir, entre uma edição e outra, a troca de experiências e a reflexão sobre os projetos premiados. Uma forma de contribuir para a consolidação de uma sociedade que afirme valores como liberdade, justiça, igualdade, solidariedade, tolerância e paz.
O prêmio distingue projetos de instituições educacionais e órgãos gestores da educação nos estados e municípios. Podem participar instituições públicas e particulares de educação básica e superior, secretarias estaduais e municipais de educação e instituições de educação não formal. O projeto também pode ser desenvolvido em parceria com organizações não governamentais, sindicatos, igrejas, agremiações, associações, movimentos sociais, entidades civis, empresas públicas e particulares. Nesta terceira edição, os primeiros colocados foram premiados com R$ 15 mil; os segundos, com R$ 5 mil.
O Prêmio Nacional de Educação em Direitos Humanos é uma iniciativa da Organização dos Estados Ibero-americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI), em parceria com o Ministério da Educação e a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, com o patrocínio e a execução da Fundação SM.