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A terceira etapa do projeto Embaixada Verde foi apresentada nesta terça-feira, 4, com o lançamento da Rede internacional GESENet (Green Embassy Smart Energy Network) e de um sistema gerador de energia eólica que funcionará na sede da Embaixada da Itália no Brasil, em Brasília. Durante o evento, um protocolo de intenções foi assinado pelo reitor da UnB, Ivan Camargo, e pelo diretor do Departamento de Energia da Universidade Politécnica de Turim (POLITO), Marco Carlo Masoero, com o objetivo de usar o espaço da Embaixada no Brasil como laboratório de pesquisa. Um dos exemplos é o trabalho desenvolvido, por  um grupo de professores e estudantes da UnB, no prédio da representação diplomática.

A Rede GESENet disponibilizará a especialistas do mundo todo os dados provenientes da central fotovoltaica (energia solar) e microeólica (energia eólica) situada na Embaixada. “O trabalho desenvolvido no prédio da Embaixada hoje é o laboratório de energia verde mais completo do Brasil e nos orgulha muito poder prestar esta modesta contribuição”, afirmou o Embaixador da Itália no Brasil, Gherardo La Francesca.

Segundo ele, a geração de energia e a fitodepuração das águas não são assuntos que costumam ser estudados e por isso agradeceu muito pelo interesse e empenho de todos os órgãos parceiros no trabalho. “Esta é uma aventura que começou há três anos, de forma simples, e nós nos apaixonamos pelas possibilidades existentes de achar novos caminhos para dar respostas aos grandes desafios que o mundo está enfrentando. É uma tarefa fascinante e considero este trabalho útil para contribuir e melhorar a relação entre Itália e Brasil”, declarou.

O reitor da UnB, professor Ivan Camargo, destacou: “Fontes alternativas de energia foi o tema da minha pesquisa e assunto que estudei muito enquanto aluno da UnB. Estou chegando agora como reitor e quero encher o Minhocão de paineis solares”, disse ele.   

PIONEIRISMO - A embaixada é hoje um sistema fechado, em que o esgoto é tratado no espaço externo do jardim, bem como toda a água é reutilizada do prédio. Com quase oito meses de estudo, quatro alunos do décimo semestre de Engenharia Elétrica da UnB desenvolvem seus projetos de conclusão de curso utilizando o prédio da embaixada como laboratório. “É um estudo de caso pioneiro, porque esta iniciativa é uma das primeiras aplicações de geração fotovoltaica e geração eólica distribuída no Brasil, afirmou Leandro Andrade.

O aluno desenvolve juntamente com o colega Ronaldo Camargos um projeto relacionado à energia fotovoltaica; enquanto Rafael Carvalho e João Fernandes desenvolvem um projeto relacionado à utilização da energia eólica. A apresentação dos projetos acontecerá em março de 2013 e os quatro estudantes são orientados pelos professores Marco Aurélio de Oliveira, atual Prefeito da UnB, e pelo professor Rafael Shayani, ambos do Laboratório de Fontes Renováveis de Energia, do Departamento de Engenharia Elétrica da UnB.

A pesquisa dos alunos consiste em analisar, medir a viabilidade econômica das turbinas e a eficiência do sistema, além de calcular o impacto que esta geração de energia causa na rede da Companhia Energética de Brasília (CEB). O professor Shayani explicou sobre as etapas do projeto Embaixada Verde.

“Na primeira fase eles instalaram um sistema de energia solar; na segunda fase instalaram o reuso de 100% da água por meio de uma planta de fitodepuração e esta terceira fase trata-se da instalação de um sistema de micro-geração eólica e da disponibilização dos resultados desta iniciativa através de uma rede internacional, a GESENet. O protocolo de intenções assinado aqui simboliza o interesse de todos em trabalhar pelo bem comum das fontes renováveis e o interesse acadêmico na divulgação da pesquisa”, disse ele.

SUSTENTABILIDADE - O reitor Ivan Camargo agradeceu aos alunos e colegas presentes no evento e ressaltou ainda que “Todos estão engajados neste projeto e acho que a gente consegue em pouco tempo mudar a cara da Universidade, pelo menos nesta questão da energia. O mundo inteiro está falando de redes inteligentes e nós temos que colocar isso lá dentro da Universidade e por isso é bom estar aqui. Vamos ver como eles fizeram e correr atrás”, afirmou.

A decana de extensão da UnB, Thérèse Hofmann, marcou presença no evento e destacou: “A UnB já trabalha com a reciclagem de bituca de cigarro e entendemos a vontade de colegas do Gama, por exemplo, em buscar a sustentabilidade dos nossos campi. Temos alunos estudando na Itália, através do programa Ciência Sem Fronteiras, e trazendo esta experiência para dentro da Universidade. Estarmos aqui, fazendo esta parceria com as embaixadas, é uma oportunidade única”.

PARCERIA – A parceria com a UnB foi considerada muito positiva pelo Adido Científico da Embaixada da Itália no Brasil, Roberto Spandre, e pelo embaixador Gherardo, que ressaltou: “O trabalho conjunto foi muito fácil e agradável. Os alunos da UnB pegaram nossa experiência e nos explicaram com mais precisão o que nós já estávamos fazendo, proporcionando dados, curvas, gráficos e nos guiando, porque tudo é um percurso. Ter a ajuda dos professores da engenharia nos permitiu voar muito mais alto. Quero agradecer de coração, pois sem eles esse projeto não poderia ter chegado a esse ponto”.

O embaixador também agradeceu o apoio de Piero Venturi, Chefe do Setor de Pesquisa e Inovação da delegação da União Européia em Brasília - pelo esforço em divulgar a ideia da Embaixada Verde nas embaixadas européias -, bem como do Governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, - que, segundo ele, expressou seu pessoal interesse no projeto, e elogiou o interesse demonstrado pelo Ministério do Meio Ambiente.

O evento reuniu especialistas brasileiros e italianos que deram prosseguimento ao encontro com a apresentação de dois painéis de discussão sobre a visão política e a visão industrial para a energia solar e eólica no Brasil, sob coordenação do professor Shayani e de Celso Nogueira, da CEB, com participação de representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do GDF, da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), seguidos de debates.

UnB Agência