No mesmo dia, as instituições lançaram a primeira chamada de propostas de pesquisa no âmbito do acordo.
A FAPESP e a Universidade de Michigan apoiarão cada proposta selecionada com até US$ 20 mil por ano (até US$ 10 mil de cada parte). As propostas serão recebidas até o dia 15 de fevereiro de 2013. Os projetos selecionados poderão ter duração de até 24 meses.
O acordo de cooperação é o primeiro de uma série de convênios que a universidade norte-americana, localizada na cidade de Ann Arbor, no estado de Michigan, pretende celebrar com instituições científicas na América Latina, especialmente do Brasil.
“Estamos honrados em podermos trabalhar com as principais universidades e agências de fomento à pesquisa no Brasil, que não é somente uma economia emergente, mas que também está se destacando mundialmente em pesquisa”, disse Mary Sue Coleman, reitora da Universidade de Michigan, à Agência FAPESP.
“As universidades e instituições de pesquisa brasileiras realizam contribuições científicas impressionantes, e o Brasil está caminhando rumo ao topo dos países líderes em produção científica. Queremos trabalhar com instituições de pesquisa brasileiras”, disse Coleman.
Coleman é a primeira dirigente da Universidade de Michigan a visitar o Brasil. Durante sua passagem por São Paulo, a delegação da universidade norte-americana visitou a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade de São Paulo (USP), com a qual também assinaram acordo de cooperação.
A Universidade de Michigan mantém colaborações em pesquisa em áreas como a da saúde, realizando estudos sobre câncer, em parceria com pesquisadores brasileiros.
“Como reitora da Universidade de Michigan tenho levado delegações de professores para estabelecer parcerias com pesquisadores de países como China, Gana e África do Sul. E estou muito feliz que nossa primeira de uma série de colaborações que pretendemos estabelecer na América Latina tenha sido feita no Brasil com a FAPESP”, afirmou Coleman.
Relações históricas
Coleman lembrou que o primeiro contato de um pesquisador da Universidade de Michigan com o Brasil foi estabelecido em 1870, quando o naturalista Joseph Beal Steere (1842-1940) viajou para a região amazônica para estudar as plantas e os animais presentes no bioma.
A viagem de Steere ocorreu quase 50 anos antes da famosa expedição realizada entre 1913 e 1914 pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt (1858-1919), e pelo marechal brasileiro Cândido Rondon (1865-1958) ao “Rio da Dúvida”, na bacia amazônica.
Steere permaneceu um ano e meio no Brasil e mais três anos e meio viajando pela América Latina, Ásia e Europa, onde coletou 60 mil amostras de espécies de animais, pássaros, insetos e mais de mil espécies de plantas.
As amostras ampliaram o acervo das coleções naturais da Universidade de Michigan e impulsionaram a fundação do Museu de História Natural da instituição – o primeiro museu do gênero criado por uma universidade pública nos Estados Unidos.
“Fico muito feliz em estar diante de um grupo de pesquisadores brasileiros compartilhando essa história”, disse Coleman durante o encontro com dirigentes e coordenadores da FAPESP.
A delegação norte-americana foi recebida por Celso Lafer, presidente da FAPESP, e por Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fundação.
Durante o encontro, os dirigentes da FAPESP fizeram uma apresentação sobre o funcionamento, as principais modalidades de apoio à pesquisa e os acordos de cooperação científica que a FAPESP possui com universidades, instituições e agências de fomento à pesquisa de diversos países.
“A FAPESP tem se preocupado em criar oportunidades para que pesquisadores do Estado de São Paulo possam realizar colaborações em pesquisa com cientistas de todo o mundo. O acordo de cooperação assinado com a Universidade de Michigan faz parte dos esforços da instituição de internacionalização da ciência produzida no Estado de São Paulo”, disse Lafer.
Mais informações sobre o acordo: www.fapesp.br/acordos/michigan.
Agência FAPESP