Todo material será catalogado no sistema informatizado da biblioteca e as obras serão identificadas no campo “coleção” como Coleção FAPESP. Os dados bibliográficos estarão disponíveis para consulta no catálogo online da BMA, que pode ser acessado no endereço www.bma.gov.br.
As obras que porventura já existam na Coleção Geral, São Paulo, de Artes e Referências, que são fixas da biblioteca, serão destinadas à seção Circulante. Já as obras mais especializadas das áreas de Ciências da Saúde, Exatas e Tecnologia, serão encaminhadas às bibliotecas temáticas dessas áreas ou a outras bibliotecas públicas do estado de São Paulo.
O objetivo da doação foi tornar acessíveis obras que retratam, em grande medida, o percurso das pesquisas realizadas com apoio da FAPESP nas mais diferentes áreas do conhecimento.
“A doação das obras para a Biblioteca Mário de Andrade contempla uma parte da missão da FAPESP, que é ajudar a comunidade científica a divulgar os resultados de suas pesquisas, e contribuir para a divulgação do conhecimento”, disse Celso Lafer, presidente da FAPESP.
“Estamos muito satisfeitos em poder contribuir para o reconhecimento adicional da biblioteca, que tem uma importância indiscutível e da qual sou um antigo admirador e usuário e fico muito feliz em vê-la ressurgir em sua plenitude”, afirmou Lafer.
A maior biblioteca de São Paulo e a segunda do Brasil, atrás apenas da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, a Biblioteca Mário de Andrade, inaugurada em 1942, foi reaberta restaurada e modernizada em 25 de janeiro de 2011, no aniversário de São Paulo, após uma reforma iniciada em 2007.
Quase que abandonada durante o processo de evasão do centro paulistano, iniciado há 40 anos, a biblioteca foi revitalizada nos últimos anos e está retomando pouco a pouco sua normalidade.
Desde que a seção Circulante retornou ao edifício-sede da biblioteca, após passar por diversos locais da cidade, a BMA vem recebendo cerca de 900 a mil usuários por dia. E até o final de final de 2012 a instituição deverá ganhar sua segunda torre, que está sendo construída na rua Bráulio Gomes.
“Ter a FAPESP como parceira, inicialmente por meio da doação desta coleção de obras, é um princípio muito auspicioso de cooperação que pode resultar no desenvolvimento da Biblioteca Mário de Andrade, que ficou muito tempo abandonada e precisou de 50 anos para estar recuperada”, afirmou Carlos Augusto Calil, secretário municipal de cultura de São Paulo.
“A parceria com a FAPESP pode ajudar a fortalecer o ressurgimento da Biblioteca Mário de Andrade, que precisa de reconhecimentos explícitos de sua importância, como este dado pela FAPESP, de que pode ser a guardiã de sua coleção de livros”, disse Calil.
Coleção de obras raras
O acervo da Biblioteca Mário de Andrade é composto por, aproximadamente, 3,3 milhões de itens, entre livros, periódicos, mapas e multimeios.
A instituição também mantém grandes coleções especiais, que incluem um dos maiores acervos de livros de arte de São Paulo, uma biblioteca depositária da Organização das Nações Unidas (ONU) e uma coleção de obras raras, que é considerada a segunda maior coleção pública do Brasil.
Atualmente, um conjunto de 100 livros raros e mil gravuras, desenhadas por estrangeiros que visitaram e descreveram o Brasil entre os séculos 16 e 19, além de 4,5 mil fotografias, produzidas por diversos fotógrafos que retrataram São Paulo entre 1862 a 1922, estão digitalizadas e disponíveis para consulta no site da biblioteca.
Além do acervo já catalogado e digitalizado, segundo Maria Christina Barbosa de Almeida, diretora da BMA, a instituição ainda dispõe de um acervo a ser “descoberto” e melhor explorado.
“Nós temos um grande acervo de cartazes, mapas e inventários e materiais sobre a história da ciência, por exemplo, que precisam ser mostrados pela catalogação e pela digitalização”, disse Almeida.
“Seria muito oportuno ter pesquisadores residentes na biblioteca, que pudessem realizar suas pesquisas no nosso acervo e dessem visibilidade a essas coleções”, sugeriu Almeida.
De acordo com Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, a Fundação tem todo o interesse em desenvolver essa iniciativa com a BMA.
“Vemos com muito bons olhos a ideia de a biblioteca poder ter no futuro um departamento de pesquisa, que reúna pesquisadores interessados em estudar seu acervo”, disse Brito Cruz.
“Para a FAPESP, é muito auspicioso ter mais lugares onde se possa realizar pesquisa no Estado de São Paulo, e poderíamos apoiar essa iniciativa por meio do apoio a bolsistas, pós-docs e pesquisadores que gostariam de realizar pesquisa no acervo da biblioteca”, avaliou Brito Cruz.
Além de Celso Lafer e Brito Cruz, participaram da cerimônia representando a FAPESP José Arana Varela, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da Fundação.
Agência FAPESP