O docente da Unicamp, que é vice-coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Fotônica para Comunicações Ópticas (Fotonicom) e também do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF), receberá o prêmio em maio, durante a conferência anual da OSA, que reúne milhares de participantes. Seu nome foi indicado por quatro colegas da Universidade de Cornell e por um do Japão. Fellow (companheiro ou camarada, em inglês) é o título máximo concedido por associações acadêmicas tradicionais, vindo bem abaixo os membros seniores.
Hugo Figueroa considera o prêmio importante porque vem ao encontro da preocupação da Unicamp em manter o nível competitivo e de internacionalizar suas pesquisas. “O prêmio contribui também para encorajar outros pesquisadores a divulgar seus trabalhos, inclusive participando ativamente de associações como a OSA. Particularmente, tenho sido chairman de conferências internacionais organizadas nos Estados Unidos pela OSA, além de editor associado de suas publicações, como o Journal of Lightwave Technology, uma das mais importantes na área”.
O pesquisador cita o CePOF e o INCT Fotonicom como iniciativas interessantes do governo para profissionalizar a ciência e tecnologia no país. “A partir destas redes interagimos com outros grupos de pesquisa, no intuito de conseguir resultados de maior impacto – o que está faltando no Brasil – e de divulgar nossas práticas científicas para que colegas e profissionais de regiões menos favorecidas também desenvolvam trabalhos competitivos. Esta tem sido uma preocupação da Unicamp e o Fellow é um fruto que colhemos. Precisamos ter mais: nos Estados Unidos, é pela quantidade de fellows no quadro de professores que as universidades são ranqueadas”.
Linha de pesquisa – Hugo Figueroa faz pesquisas na área de eletromagnetismo, principalmente no que se refere a ondas eletromagnéticas e suas aplicações em microondas e fotônica. “Meu foco tem sido o desenvolvimento de modelos computacionais para simular estruturas baseadas em guias de onda, sempre preocupado em oferecer soluções que permitam miniaturizar estes componentes cada vez mais”.
Uma subárea de interesse do professor da FEEC é a óptica integrada, equivalente à eletrônica integrada. “Todos conhecem ou mesmo possuem um chip eletrônico, onde os sinais são propagados através de elétrons (corrente elétrica). Uma das linhas de pesquisa em fotônica é fazer algo semelhante com a luz. Para isso, usamos guias de onda, sendo que a mais popular é a fibra óptica, que possibilita a transmissão de sinais ópticos por longas distâncias – o equivalente à fibra pode ser implementado na óptica integrada”.
Figueroa observa que para causar impacto no campo tecnológico, com taxas de transmissão de dados muito mais elevadas do que seu par eletrônico, a óptica integrada precisa ser miniaturizada. “Quando comecei a trabalhar na área, o tamanho dos circuitos integrados era da ordem de centímetros, incompatível para sua integração com placas eletrônicas – um sonho, por exemplo, é desenvolver um computador óptico. Nos últimos dez anos, já chegamos a algumas dezenas de micrometros: reduzindo para mil, é possível ter uma taxa cem vezes maior de transmissão”.
Comunicação Social
Comvest-Unicamp