Como patrono da cátedra foi escolhido o uruguaio Carlos Quijano, que deixou um importante legado para o jornalismo e a militância política latino-americana. Paralelo ao evento acontece a segunda reunião do Grupo de Trabalho de Comunicação da UNILA, que irá discutir linhas e projetos de pesquisas para os cursos de Graduação e Pós-Graduação que serão implantados na instituição, no futuro.
A Cátedra Carlos Quijano de Comunicação, Democracia e Cidadania é voltada para alunos dos programas de pós-graduação e também para pesquisadores e profissionais de Comunicação. As inscrições, para as 50 vagas do evento, já estão abertas e devem ser realizadas, através do e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. É necessário enviar os dados pessoais (nome completo, número de CPF, RG ou passaporte, endereço completo, e-mail e telefones) e dados acadêmicos (instituição de ensino, programa de pós-graduação e vínculo institucional).
Um pesquisador de difícil definição
Para o pesquisador de Comunicação e professor da UNILA, Eduardo Vizer, o catedrático Jesús Martin-Barbero é um estudioso de difícil definição. Segundo seu currículo acadêmico, ele é comunicólogo, filósofo, investigador da cultura, pós-doutor em Antropologia e Semiótica, teórico da comunicação e autodefinido como “cartógrafo”. “Com seu livro de 1987 De los medios a las mediaciones. Comunicación, cultura y hegemonia, Barbero colocou a América Latina no mapa internacional dos estudos da Comunicação e da Cultura”, relata.
Junto ao antropólogo argentino Néstor García Canclini e a alguns outros, ele representou o avanço de um pensamento que re-situa os meios de comunicação como um espaço de encontro de múltiplas redes de poder. Ao mesmo tempo, o pesquisador alertou sobre a ideia do “grande mediador”, que transforma a sociedade em mercado.
Jesús Martin-Barbero também introduziu a noção de Mediação, que representa uma transformação fundamental nas teorias de investigação. “As instituições tradicionais – escola, família, igreja, bairro – passam a ser consideradas agentes de mediação sociocultural, assim como também os novos atores dos movimentos sociais – movimentos étnicos, de gênero, de direitos humanos e ecológicos”, explica Vizer. Todos eles introduzem novos sentidos e novos usos sociais dos meios de comunicação, aos quais se agregam as já não tão “novas” Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), que redefinem e reconstituem as redes de relações humanas no espaço virtual e nas novas temporalidades da instantaneidade digital.
Assessoria de Comunicação - JornalismoUniversidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)