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A cada ano e a cada chuva, a água vai se infiltrando no subsolo das regiões caracterizadas por vales e modificando as condições naturais do solo. De uma para outra, blocos de rocha se desprendem e descem arrastando tudo o que encontram pela frente, de vegetação a construções de grande porte. O fenômeno, conhecido entre os geólogos e especialistas em desastres naturais como corrida de massa, foi a principal causa das 670 mortes registradas até às 20h30 desta segunda-feira na região Serrana do Rio de Janeiro. É o que aponta a professora Noris Diniz, do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UnB). Especialista em riscos geológicos, ela explica que as corridas de massa acontecem em média a cada 20 anos e são muito mais desastrosas que os deslizamentos.
“As corridas de massa são fenômenos geológicos comuns em regiões de fundo de vale, como na Serra da Mantiqueira e a Serra do Mar, e se caracterizam pela formação de um corredor por onde tudo é arrastado, como numa avalanche”, afirma. “É o exemplo mais destrutivo dos movimentos gravitacionais de massa, que incluem os deslizamentos de terra e as inundações”, completa.

Segundo ela, a última corrida de massa ocorrida da região serrana do Rio de Janeiro foi em 1987 e a penúltima em 1967. “Sabíamos que a qualquer momento o fenômeno ocorreria novamente”, sentencia a especialista que já ministrou cursos sobre riscos geológicos na Espanha, Colômbia, Bolívia, Guatemala, Cuba e Equador. Noris Diniz há havia alertado sobre os perigos na região, em entrevista à UnB Agência, em janeiro de 2010, e defendido planos preventivos para evitar vítimas fatais. Veja aqui.

Coordenadora em 2009 dos relatórios de riscos geológicos para a construção do trem-bala que ligará o Rio de Janeiro a São Paulo, Noris Diniz lembra que o primeiro traçado da obra passava pelo sopé da região Serrana do Rio. “Sugerimos alterar o traçado exatamente sob a justificativa de que daquela região saem as corridas de massa”, conta. Os relatórios contaram também com a participação de outro professor da UnB, André Assis.

OCUPAÇÃO DESORDENADA – De acordo com a especialista, a ocupação desordenada do solo e o desmatamento contribuem para a ocorrência da corrida de massa, mas não são determinantes. “O perigo natural existe e independe da ocupação urbana”, afirma. “Agora, é inadmissível esse número de mortos, porque há conhecimento amplo no Brasil sobre o fenômeno e os locais em que ele ocorre com mais frequência”, acredita.

Ela defende uma ação articulada entre os órgãos nacionais, estaduais e municipais, e executada com antecedência, para evitar tragédias como a ocorrida no Rio de Janeiro e em outros estados, como Minas Gerais, Espírito Santo e Santa Catarina. “Não basta só a previsão meteorológica. É preciso uma ação casada entre quem faz a previsão do tempo, os responsáveis pela política urbana e os órgãos de Defesa Civil”, comenta. “Nem é necessário muita gente, mas é preciso uma boa comunicação”, acrescenta.

Noris Diniz lembra que nos municípios onde houve planos preventivos da Defesa Civil o número de mortos foi menor, como Petrópolis, no Rio de Janeiro, e Santos e Guarujá, em São Paulo. Das vítimas dos quatro municípios do estado do Rio, 58 eram de Petrópolis. Além das vítimas fatais, pelo menos 5 mil pessoas estão desabrigadas somente nos municípios de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. “A ação preventiva faz toda a diferença”, comenta a professora.

UnB Agência
A cada ano e a cada chuva, a água vai se infiltrando no subsolo das regiões caracterizadas por vales e modificando as condições naturais do solo. De uma para outra, blocos de rocha se desprendem e descem arrastando tudo o que encontram pela frente, de vegetação a construções de grande porte. O fenômeno, conhecido entre os geólogos e especialistas em desastres naturais como corrida de massa, foi a principal causa das 670 mortes registradas até às 20h30 desta segunda-feira na região Serrana do Rio de Janeiro. É o que aponta a professora Noris Diniz, do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UnB).

Especialista em riscos geológicos, ela explica que as corridas de massa acontecem em média a cada 20 anos e são muito mais desastrosas que os deslizamentos. “As corridas de massa são fenômenos geológicos comuns em regiões de fundo de vale, como na Serra da Mantiqueira e a Serra do Mar, e se caracterizam pela formação de um corredor por onde tudo é arrastado, como numa avalanche”, afirma. “É o exemplo mais destrutivo dos movimentos gravitacionais de massa, que incluem os deslizamentos de terra e as inundações”, completa.

Segundo ela, a última corrida de massa ocorrida da região serrana do Rio de Janeiro foi em 1987 e a penúltima em 1967. “Sabíamos que a qualquer momento o fenômeno ocorreria novamente”, sentencia a especialista que já ministrou cursos sobre riscos geológicos na Espanha, Colômbia, Bolívia, Guatemala, Cuba e Equador. Noris Diniz há havia alertado sobre os perigos na região, em entrevista à UnB Agência, em janeiro de 2010, e defendido planos preventivos para evitar vítimas fatais. Veja aqui.

Coordenadora em 2009 dos relatórios de riscos geológicos para a construção do trem-bala que ligará o Rio de Janeiro a São Paulo, Noris Diniz lembra que o primeiro traçado da obra passava pelo sopé da região Serrana do Rio. “Sugerimos alterar o traçado exatamente sob a justificativa de que daquela região saem as corridas de massa”, conta. Os relatórios contaram também com a participação de outro professor da UnB, André Assis.

OCUPAÇÃO DESORDENADA – De acordo com a especialista, a ocupação desordenada do solo e o desmatamento contribuem para a ocorrência da corrida de massa, mas não são determinantes. “O perigo natural existe e independe da ocupação urbana”, afirma. “Agora, é inadmissível esse número de mortos, porque há conhecimento amplo no Brasil sobre o fenômeno e os locais em que ele ocorre com mais frequência”, acredita.

Ela defende uma ação articulada entre os órgãos nacionais, estaduais e municipais, e executada com antecedência, para evitar tragédias como a ocorrida no Rio de Janeiro e em outros estados, como Minas Gerais, Espírito Santo e Santa Catarina. “Não basta só a previsão meteorológica. É preciso uma ação casada entre quem faz a previsão do tempo, os responsáveis pela política urbana e os órgãos de Defesa Civil”, comenta. “Nem é necessário muita gente, mas é preciso uma boa comunicação”, acrescenta.

Noris Diniz lembra que nos municípios onde houve planos preventivos da Defesa Civil o número de mortos foi menor, como Petrópolis, no Rio de Janeiro, e Santos e Guarujá, em São Paulo. Das vítimas dos quatro municípios do estado do Rio, 58 eram de Petrópolis. Além das vítimas fatais, pelo menos 5 mil pessoas estão desabrigadas somente nos municípios de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. “A ação preventiva faz toda a diferença”, comenta a professora.

Todos os textos e fotos podem ser utilizados e reproduzidos desde que a fonte seja citada. Textos: UnB Agência