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fernando-haddadO ministro da Educação Fernando Haddad continuará ocupando a cadeira de ministro da Educação no governo da presidente eleita Dilma Rousseff. Apesar de aprovado por reitores de universidades e especialistas em educação, Haddad encontrará desafios como a melhoria do Ensino Médio e os sistemas de avaliação. Além de garantir a autonomia universitária. Graduado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), Haddad é mestre em Economia e doutor em Filosofia. Ele assumiu o Ministério em 2005, quando Tarso Genro deixou o posto para assumir a presidência do Partido dos Trabalhadores (PT). “Ele liderou processos importantes na educação brasileira. É um técnico, extremamente preparado e com uma formação abrangente”, acredita Remi Castioni, professor da Faculdade de Educação da UnB.
Para o professor, um dos maiores trunfos da gestão de Haddad foi a criação do Programa Universidade para Todos (Prouni), que concede bolsas de estudo em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, em instituições privadas. “O programa criou uma importante medida de acesso à universidade”, afirma Castioni.

O professor também ressalta o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que tem como principal objetivo ampliar o acesso e a permanência na educação superior. “O número de vagas aumentou assim como a quantidade professores”, conta. Castione assinala, entretanto, que é preciso reivindicar a autonomia das universidades. “O avanço no Ensino Superior foi muito grande, mas para que se efetive é preciso assegurar a autonomia”.

Pesquisador da área de políticas públicas e professor colaborador da UnB, Carlos Augusto de Medeiros também acredita que a ampliação das vagas nas instituições de ensino superior públicas é o grande trunfo da gestão de Haddad. “Em toda história da educação brasileira, o setor privado sempre foi chamado para expansão de vagas. Essa é a primeira vez que a esfera pública tem essa oportunidade”, afirma o professor.

Apesar do ponto positivo, Carlos discorda dos sistemas de avaliação, como Enem, Enade e Saeb. Segundo ele, a avaliação deveria servir como uma ferramenta de correção usada ao longo do processo de ensino. “Não dá para chegar no fim do processo de aprendizado e dizer se foi bom ou ruim”, defende. “Alguém de algum lugar estabelece o que as pessoas deveriam aprender em sala sem respeitar as diferenças que existem em um país como o nosso”, completa.

Castione acredita que o maior desafio do ministro será o Ensino Médio. Para o professor, é preciso haver uma “sintonia fina” entre os municípios e o governo federal. “Falta um trabalho político com os estados. É preciso fazer um processo de coordenação federativa”, analisa. “Tem que ser criada uma rede de apoio, com as universidades e seus alunos. Projetos inovadores precisam ser tocados. Ou seja, ele vai ter que amassar o barro”.

DIÁLOGO - O reitor da UnB, professor José Geraldo de Sousa Junior, acredita que a permanência do ministro no MEC será positiva para o ensino superior brasileiro. Ele destaca os consensos construídos junto ao governo federal nos últimos anos nas questões universitárias. “A própria agenda da autonomia das universidades, que trouxe importantes avanços em uma área estratégica para o desenvolvimento do setor, é um exemplo da metodologia construída com o Executivo”, observa José Geraldo.

O reitor ressalta a consistência do diálogo estabelecido entre as Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) e o MEC e demais órgãos do governo federal, como o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). “Atingimos um processo permanente de diálogo, no qual chegamos a ter reuniões semanais”, conta José Geraldo. “A permanência do ministro Haddad representa a continuidade da política construída em parceria com as universidades”, completa.

A decisão de manter Fernando Haddad também agrada os reitores de outras universidades federais. O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira, afirma que a grande maioria dos reitores apoia a permanência do ministro. “A educação vem sendo conduzida com base em um diálogo consolidado entre as partes e uma visão política sistêmica, que vai da creche à pós-graduação”.

Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Álvaro Toubes Prata, confirma que a continuação de Haddad é vista com entusiasmo pelos reitores. “Ele se preocupou com a educação de maneira integral, tanto básica quanto superior. E é nisso que acreditamos. A educação precisa ser tratada de forma abrangente e sistematizada”, avalia. “Além disso, Haddad é um homem preparado, inteligente e trabalhador”.

UnB Agência