A FAPESP concedeu R$ 222,2 milhões a esses projetos, que foram selecionados entre 3.282 propostas recebidas ao longo de 14 anos, em uma demonstração do rigor característico da FAPESP na avaliação do mérito das propostas apresentadas e que nesse programa estão acentuados.
Com esse programa de pesquisa, a FAPESP oferece oportunidade de trabalho a doutores talentosos e de grande potencial, com propostas cientificamente sólidas, das quais se possa esperar a criação de novos núcleos de pesquisadores em instituições que ainda não têm tradição em pesquisa ou a criação de novas linhas de pesquisa em instituições que já têm tradição consolidada.
“Embora São Paulo ocupe posição de liderança em vários aspectos que favorecem o desenvolvimento da ciência e tecnologia, sua situação ainda não alcançou o patamar da nossa ambição. O Programa Jovens Pesquisadores é uma aposta da FAPESP no futuro. Formar novas lideranças científicas é uma estratégia de desenvolvimento. Nosso objetivo é estimular a formação de novas gerações de pesquisadores competentes e capazes de liderar novos grupos de pesquisa”, disse Celso Lafer, presidente da FAPESP.
Lafer ressalta que o número de doutores formados anualmente no Brasil arrefeceu nos últimos anos, o que deixa o país vulnerável, tendo em vista o desafio da velocidade do processo de conhecimento contemporâneo que requer sempre um número crescente de recursos humanos qualificados.
Daí a importância de iniciativas como o JP, que valoriza e gera condições de trabalho adequadas aos doutores, com possibilidade de ação conjunta com pesquisadores de outros países num empenho da FAPESP em estimular o aumento potencial do conhecimento e a consolidação de uma comunidade científica de excelência internacional.
Nesse sentido, o Programa também tem buscado estimular grupos que atuam em temas de fronteira e com inserção internacional ainda não cobertos por pesquisadores no estado.
“Queremos atrair jovens doutores do Brasil e de outros países, em um movimento oposto ao da evasão de cérebros que costuma marcar os países em desenvolvimento, de forma a fortalecer ainda mais o sistema de ciência e tecnologia do Estado de São Paulo”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.
O JP foi o primeiro no Brasil a permitir que pesquisadores em início de carreira pudessem solicitar apoio para desenvolver seus estudos sem que fosse exigido um vínculo empregatício com uma instituição. Essa característica contribui para a descentralização da produção científica ao facilitar o ingresso desses profissionais em instituições com potencial para desenvolver novas linhas de pesquisa, mas que nem sempre dispõem de vagas ou infraestrutura apropriada.
Como os jovens pesquisadores contam com Bolsa e Auxílio, podem colaborar com a graduação e a pós-graduação e o programa permite investimento em infraestrutura de pesquisa na instituição, o acolhimento desses doutores é interessante também para os centros de pesquisa. Para os jovens pesquisadores já vinculados às instituições, o apoio da FAPESP é concedido na modalidade auxílio à pesquisa.
Eficiência comprovada
Entre 2007 e 2008, uma amostra de 340 projetos do Programa JP – 86% dos concluídos entre 1996 e 2007 – foi avaliada pelo Grupo de Estudos sobre Organização da Pesquisa e da Inovação (Geopi), do Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT) do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Os resultados da avaliação comprovaram que os principais propósitos dessa iniciativa estão sendo atendidos:
* Perfil dos pesquisadores: maioria com idade média de 42 anos e 76% com pós-doutorado.
* Fixação dos pesquisadores em São Paulo: 42% foram contratados pela instituição acolhedora durante ou após o auxílio. Outros 26% já estavam contratados antes do auxílio e 19% foram contratados por outras instituições de ensino superior e pesquisa.
* Formação de novos núcleos de pesquisa: 70% dos jovens pesquisadores criaram ou impulsionaram outros grupos de pesquisa em São Paulo.
* Produção científica: considerando apenas as publicações em periódicos científicos decorrentes diretamente da pesquisa realizada no âmbito do programa, foram publicados mais de cinco mil textos em anais de eventos nacionais e internacionais, 42 livros, 211 capítulos de livros, 583 artigos nacionais e 1.988 internacionais.
* Resultados dos projetos: ao todo, 264 projetos geraram 469 resultados. Desses, 366 estão relacionados ao avanço do conhecimento, 21 à obtenção de novos produtos, 50 a novos processos, 20 a novos softwares e três a novos serviços. Foram relatadas 103 inovações, além de 36 direitos de propriedade intelectual, sendo 39 patentes.
* Impacto na instituição: a avaliação indica que o programa promove a consolidação das atividades de pesquisa da instituição acolhedora, desde o fortalecimento da infraestrutura à criação de novas áreas e linhas de pesquisa. Além disso, foram criados seis novos cursos de graduação, 92% dos jovens pesquisadores orientaram alunos de graduação ou pós, em mais de 4 mil trabalhos.
* Reconhecimento: 59 projetos receberam prêmios e distinções para o pesquisador e para a instituição.
O pdf do livro Investindo no Futuro: O Programa Jovens Pesquisadores está disponível no Portal da FAPESP no endereço: http://goo.gl/VtQZV.
Agência FAPESP