De acordo com Horácio Schneider, como o INEP já tornou público que um novo exame será aplicado aos estudantes que fizeram a prova de cor amarela no dia 15 de novembro, a UFPA mantém o ENEM como primeira fase de seu vestibular, bem como mantém o cronograma que prevê a prova da segunda fase, elaborada pela própria Universidade, para o dia 19 de dezembro. O argumento dos estudantes é que a aplicação de uma nova prova, apenas a uma pequena parcela do todo de estudantes (cerca de 4 milhões) que fizeram o ENEM, prejudica o princípio de isonomia do concurso público e que o Exame é um método de avaliação inseguro.
O reitor em exercício explicou ainda que a UFPA compreende a indignação e as incertezas dos estudantes, mas a decisão em adotar o ENEM foi tomada democraticamente mediante consulta ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE), de modo que somente o mesmo Conselho pode decidir ou não pela desvinculação do processo seletivo da UFPA ao ENEM. “O CONSEPE conta com representação docente, discente e de técnicos, foi esse Conselho, que, enquanto instituição, optou pelo ENEM como forma de avaliação, para que a UFPA pudesse estar inserida nos padrões nacionais”, disse Schneider.
Também recepcionaram os estudantes, o assessor da Pró-reitoria de Ensino de Graduação, professor Mauro Magalhães, e o pró-reitor de Extensão, professor Fernando Arthur Neves. Segundo Mauro Magalhães, a incorporação do ENEM ao processo seletivo da UFPA foi exaustivamente discutida em âmbito institucional, de modo que em nenhum momento a intenção foi a de prejudicar os alunos. Fernando Arthur destacou que, de fato, o ENEM tem passado por problemas e que a necessidade de aperfeiçoamento é constante, mas que é somente uma avaliação desse porte que poderá oportunizar às instituições de ensino convergirem a um padrão de qualidade nacional.
A estudante Samanta Caldas, do coletivo “Vamos à Luta”, disse que o movimento vai reivindicar uma reunião extraordinária do CONSEPE para que seja deliberada a possibilidade ou não da desvinculação do PS 2011 ao ENEM. Horácio Schneider afirmou que, para que isso aconteça, é necessário que sejam recolhidas assinaturas dos próprios conselheiros concordando com a convocação. A UFPA propôs que os estudantes fizessem um requerimento formal pela reunião extraordinária e buscasse representação junto ao Diretório Central dos Estudantes (DCE) para conseguirem coletar as assinaturas.
Enquanto estava sendo considerado um acordo para a apresentação da proposta dos estudantes ao Conselho, estes adotaram a postura de impedir as pessoas que estavam dentro do prédio de sair. Como o CONSEPE estava reunido, os manifestantes imprimiram uma lista com o nome dos conselheiros, que fica disponível no Portal da UFPA, e começaram a exigir das pessoas que tentavam sair do prédio que apresentassem o documento de identidade, de modo que, se fossem conselheiros, só poderiam sair se concedessem a assinatura. Depois de muitas negociações, os estudantes acalmaram os ânimos e ficou decidido que a proposta deles seria considerada apenas após a desocupação do prédio. A saída do prédio foi liberada e a coleta de assinaturas dos conselheiros ficará a cargo da representação discente.
Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA