A informação foi apresentada durante o encontro "Práticas Interdisciplinares e Desenvolvimento Sustentável", que reuniu especialistas europeus na Universidade de Brasília, nesta segunda-feira, 22 de novembro. Eles discutiram a importância da interdisciplinaridade na pesquisa de temas complexos, em especial os relacionados ao desenvolvimento sustentável.
O coordenador da Capes e professor da Universidade de São Paulo (USP) atribui o crescimento do número de cursos interdisciplinares ao reconhecimento da importância dessa perspectiva pelos pesquisadores. "Há um maior reconhecimento da comunidade científica brasileira para a relevância da concepção interdisciplinar para a produção do conhecimento”, comentou Arlindo. O professor acredita que a interdisciplinaridade está sendo percebida pelas universidades de ponta do país.
O professor Elimar Nascimento, diretor do Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB (CDS), defende que o momento é propício para o crescimento das pesquisas baseadas nessa concepção. “A interdisciplinaridade permite construir conhecimentos que uma disciplina sozinha não daria conta de produzir”, disse.
CAMINHOS – No encontro foram apresentados possíveis caminhos para concretização de projetos de pesquisa interdisciplinares. O professor do CDS e senador Cristovam Buarque defendeu a criação de temas orientadores nas pesquisas para concretizar a cooperação entre áreas de conhecimento. “Se você eleger um tema de pesquisa – pobreza ou aquecimento global, por exemplo – é impossível não haver esse trabalho conjunto”, afirmou.
Magda Zanoni, professora da Universidade Paris Diderot, falou da experiência do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Meio Ambiente e Desenvolvimento (GRIMAD), pareceria entre duas universidades brasileiras e três francesas. O projeto envolve cinco grandes áreas do conhecimento: ciências agrárias, biológicas, sociais e humanas, sociais aplicadas, e da saúde. Todas unidas para estudar a região sul do estado do Rio Grande Sul sob pontos de vistas diversificados. “Trata-se de uma região que sofre com a decadência econômica”, afirmou a professora.
O projeto começou no ano 2000 e ainda está em andamento. “Em um primeiro momento, cada disciplina analisou a região sob sua própria ótica, para depois reunir tudo em uma visão global”, explicou. A equipe produz, então, indicadores para serem usados por todos os grupos. “A partir daí são feitas pesquisas dentro das próprias disciplinas, mas com uma visão mais abrangente do problema”. Segundo a previsão do projeto, a última etapa é estabelecer os pontos de contato comuns entre as áreas.
UnB Agência