O relatório destaca ainda o número de professores contratados em regime de dedicação exclusiva nas três instituições. Na USP esse total é de 4.670, na Unesp, de 2.889, e na Unicamp, de 1.538. Há dois aspectos nessa informação, segundo Maria José Giannini, pró-reitora de Pesquisa da Unesp. "Sabemos que temos potencial para crescer mais do que aquelas que têm menos pesquisadores, mas isso também mostra que a nossa produtividade precisa aumentar para acompanhar ampliação do nosso quadro docente.”
Para a professora, além da contratação de mais pesquisadores, outro fator determinante para essa evolução foi a criação da Pró-Reitoria de Pesquisa (Prope) em 2005. A iniciativa foi tomada pelo então reitor Marcos Macari, e teve como primeiro pró-reitor José Arana Varela, professor do Instituto de Química, Câmpus de Araraquara. Até aquele momento, a maior parte das atividades relativas à produção científica era coordenada pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação. “Continuamos a tarefa que foi iniciada naquela gestão, identificando as competências e deficiências da Universidade e buscando ampliar a cooperação entre os diferentes câmpus”, diz Maria José.
Reflexos desse trabalho também foram registrados pelos mais recentes rankings internacionais de avaliação das universidades. No SIR, publicado pelo Grupo SCImago, em 2010, a Unesp está na 200ª colocação entre 2.833 instituições analisadas em todo o mundo, dez posições acima da classificação anterior. Entre as paulistas, a Universidade foi a única a subir no ranking. Ainda este ano, a Unesp foi considerada a 6ª melhor ibero-americana e a 4ª na América Latina.
Crescimento brasileiro
O relatório da Unesco apresenta dados sobre a evolução da ciência e tecnologia em diferentes regiões no mundo. Alguns países ganharam destaque por apresentarem evolução significativa em seus números de investimento em ciência e tecnologia. O Brasil foi o único da América Latina a ter um capítulo exclusivo.
O total anual de publicações científicas originadas no Brasil aumentou de modo contínuo ao longo dos últimos 26 anos. Em 1992, eram 4.301 artigos; em 2000 passou de 10 mil; em 2008 alcançou o montante de 26.482; e ultrapassou 34 mil em 2009. Esse crescimento permitiu ampliar a participação mundial do país, que saltou de 0,8% em 1992 para 2,7% em 2008.
O órgão das Nações Unidas reiterou que o desenvolvimento científico-tecnológico tende a se concentrar nas regiões Sul e Sudeste, onde se localizam as principais instituições de ensino superior. Essas universidades foram responsáveis por cerca de 60% de toda a ciência brasileira produzida na primeira década do milênio. No site da Unesco no Brasil é possível conferir a versão do relatório traduzida para o português.