“Para um país pequeno, isso é impressionante, e explicado pela história alemã”. Stabel lembra que até o século XIX a Alemanha era composta por pequenos reinos, cada um com seus teatros e companhias de ballet. “Até hoje podemos encontrar em cada antigo reino uma igreja, um teatro com sua companhia de ballet e um castelo”, explica o reitor.
A Faculdade de Dança Superior de Berlim é um dos três institutos públicos de formação em dança da Alemanha. Com uma base clássica misturada ao expressionismo típico alemão, a faculdade recebe alunos do mundo inteiro, inclusive de projetos da Universidade de Brasília.
Os jovens Mateus Guimarães e Glauber Silva, ambos com 13 anos, fazem parte do projeto de extensão Educar Dançando, coordenado pela professora Maria Mazzarello, e foram para Berlim no ano passado. Após três meses de ensaios na escola alemã, os alunos voltaram para Brasília. “Eles se adaptaram bem ao sistema de ensino e voltarão em janeiro para Berlim com o apoio da UnB”, revela a professora Beatriz Salles, do Instituto de Artes (IdA).
TEORIA E PRÁTICA – Pesquisador e crítico de dança, Stabel sempre se interessou pelo funcionamento da dança. “Estudei coreografia para entender o lado artístico e teatro para conhecer teoria”, afirma. Para ele, todos os dançarinos devem seguir o mesmo caminho. “Mesmo que não seja um dançarino virtuoso, é importante conhecer o funcionamento da dança”.
Ralf Stabel também contou a curiosa história da criação do Ballet de Berlim, fundado durante o reinado de Frederico II, rei apaixonado por tudo que era francês. Ele convidou uma bailarina italiana para fundar a companhia, mas ela recusou. Frederico mandou seqüestrar a bailarina e, em Berlim, conseguiu convencê-la a ficar na cidade. “O rei ofereceu muito dinheiro e ela aceitou. Como não tínhamos colônias, todo o dinheiro ficava concentrado no país e podíamos investir nas artes”, comenta Stabel.
Após a conferência, Ralf Stabel visitou o vice-reitor da Universidade de Brasília, João Batista de Sousa, e expressou a vontade de ampliar o acordo internacional que sua faculdade tem com a UnB. João Batista aprovou a idéia. “Esse projeto de expansão é importante porque queremos aumentar a internacionalização da UnB”.
A professora Beatriz Salles lembra que a UnB é a única instituição do país que tem acordo com a Faculdade de Dança de Berlim e a expansão é fundamental para alunos e professores. “Agora vamos fazer um projeto de ampliação vinculado ao Decanato de Extensão”, afirma Beatriz. Para ela, essa é a maneira mais democrática de inserir os alunos e a comunidade no projeto.
Os alunos regulares da UnB também podem estudar na faculdade alemã, que oferece duas vagas anuais para alunos da instituição. Para participar da seleção os estudantes precisam gravar um vídeo com uma dança clássica e outra moderna e enviar, juntamente com o currículo, para Berlim. O processo é intermediado pela Assessoria de Assuntos Internacionais da Universidade de Brasília (INT).
UnB Agência