Dentre 43 inscritos para o prêmio na área de Ciências da Vida, Raquel Raick foi a terceira colocada e será premiada com a quantia de R$ 3.300 nesta terça-feira, dia 19 de outubro, em uma cerimônia a ser realizada na esplanada dos ministérios em Brasília, durante a abertura da Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. O prêmio também contempla as áreas de Ciências Exatas, da Terra e das Engenharias, e, Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes. Em cada categoria, três alunos foram escolhidos. O primeiro colocado em cada área receberá R$ 5.000 mais uma bolsa de mestrado e o segundo colocado receberá R$ 4.100. Ao todo foram recebidos 157 trabalhos. Participaram 90 instituições, sendo 71 universidades e 19 institutos de pesquisa.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, estima-se que cerca de 200 milhões de pessoas estejam atualmente infectadas pelo protozoário Leishmania, o agente causador da doença, que é transmitida pela picada de um inseto denominado flebotomíneo. A pesquisa de Raquel investigou a ação do extrato da planta típica da flora amazônica pertencente à espécie Physalis angulata no combate ao protozoário Leishmania amazonensis. Em geral, a leishmaniose provoca úlceras ou lesões na pele, podendo também afetar nariz, boca e garganta. O tratamento da doença é extremamente tóxico, de modo que a descoberta da eficácia de uma planta, um elemento natural, para a reversão dos sintomas tornaria o processo de cura muito menos traumático. A intenção é de que as pesquisas possibilitem a futura confecção de um medicamento manipulado.
Essa é a primeira vez em oito anos que uma aluna da UFPA está entre os vencedores do Prêmio. “Para mim, a premiação se traduz em reconhecimento e me sinto honrada em representar a Amazônia e a região Norte”, diz a aluna. Concluinte do curso de Biomedicina, Raquel já pensa em seguir carreira acadêmica e sair da graduação direto para o mestrado. Para a orientadora Edilene Silva, o titulo traz status para a Iniciação Científica da UFPA, muitas vezes afastada do eixo sul-sudeste de produção científica. “Esse prêmio mostra que o Norte produz, sim, e produz pesquisas de qualidade, além de que chama atenção para a riqueza da biodiversidade da Amazônia, a qual guarda potenciais imensuráveis para o aproveitamento científico”, afirma.
Atualmente, a UFPA possui 815 estudantes de graduação participando do PIBIC. O diretor de pesquisa da Pró-Reitoria de pesquisa e Pós-Graduação da Universidade, professor Antônio Carlos Vallinoto, diz que a premiação de Raquel Raick serve de estímulo para que outros estudantes sigam o mesmo exemplo. “O fato de a pesquisa receber um prêmio de amplitude nacional indica que o projeto tem mérito. resultados podem ser publicados facilmente em periódicos conceituados da área. A publicação e divulgação dos resultados de uma pesquisa são metas importantes na Ciência”, sintetiza Vallinoto.
O trabalho "Estudo in vitro dos efeitos do extrato proveniente da planta Physalis angulata sobre Leishmania (L.) amazonensis e a célula hospedeira", de Raquel Raick está disponível no site do CNPq. Para conferir, clique aqui (http://www.cnpq.br/ premios/2010/pic/ agraciados/cv/3_lugar_raquel_ raick_pereira_silva.pdf)
Assessoria de Comunicação da UFPA