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UEO Brasil e a União Europeia vão investir R$ 11 milhões em pesquisas de tecnologias da informação e comunicação (TICs). Na UnB, professores que desenvolvem projetos em segurança na internet do futuro e confiabilidade de sistemas de monitoramento vão concorrer a parte dessa verba. São cinco eixos: Microeletrônica e Microssistemas; Controle e Monitoramento em Rede; Internet do futuro – instalações experimentais; Internet do futuro – segurança; e Infraestruturas eletrônicas.
Veja aqui o edital.

O edital, lançado na Bélgica, prevê que pelo menos R$ 3,3 milhões seja destinado às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. ”Isso faz com que a UnB tenha grandes chances de emplacar ao menos um projeto”, afirma a professora Priscila Barreto, chefe do departamento de Ciências da Computação (CIC/UnB) e uma das pesquisadoras convidadas a integrar a comitiva brasileira que esteve em Bruxelas. De acordo com Priscila, o CIC tem condições de submeter trabalhos a todas as linhas temáticas propostas no edital.

Cada projeto precisa ser formado por um consórcio entre pelo menos três parceiros – incluindo obrigatoriamente um do Brasil e um da União Europeia. “Nosso grupo está em negociação avançada com institutos europeus para a formação de consórcios de pesquisa, a fim de podermos participar do edital”, diz a diretora do CIC.

PROJETOS – Priscila comanda um grupo de estudos sobre segurança na internet do futuro. “Temos um grupo de expertise nessa área”, diz. As pesquisas têm como objetivo gerar ambientes confiáveis na rede, garantindo a privacidade de informações pessoais de usuários contidas em provedores. “As urnas eletrônicas são um exemplo bem atual. O eleitor precisa saber que, ao votar, ninguém terá acesso ao conteúdo de seu voto”, explica Priscila.

A segurança da informação também é importante como apoio à inclusão digital. O Plano Nacional de Banda Larga, por exemplo, visa expandir serviços governamentais de maneira confiável. As pesquisas em segurança e confiança na internet envolvem a criação de protocolos de comunicação, técnicas de criptografia, verificação de processos, privacidade e portabilidade.

Outro projeto que deve ser submetido está relacionado com a chamada “vida ambiente assistida”, com o uso de smart home systems – sistemas de monitoramento inteligentes que devem dirigir as casas do futuro. “Numa casa em que vive uma pessoa idosa sozinha, esses sensores podem captar atividades anormais, como uma queda, e enviar um alerta para uma central remota”, exemplifica a professora Genaína Nunes Rodrigues, do grupo de engenharia de softwares. “Essa pesquisa busca soluções reais para problemas reais. A média de idade da população está aumentando, e precisamos dar um suporte mais personalizado às pessoas”, completa. Os sensores “leem” as informações do ambiente, os dados são enviados a um dispositivo de controle, que interpreta a informação e a envia para o atuador, que age no ambiente – por exemplo, disparando um alarme.

PARCERIAS - O trabalho foi publicado na conferência CBSOFT, a primeira na área de softwares no Brasil, realizada em Salvador. Durante o evento, o professor Flavio Oquendo, da Universidade de Bretagne, na França, se interessou pela pesquisa e a UnB já está firmando um acordo de cooperação internacional com a instituição francesa. O consórcio de pesquisa deve submeter o trabalho em conjunto ao edital Brasil-União Européia.

Flavio Oquendo esteve na UnB durante o 4º Seminário de Pesquisa e Inovação da UnB, que tratou da gerência de projetos sobre TICs na Europa e fez um balanço das cooperações Brasil/União Europeia. “Temos muito a aprender com a gerência de grandes projetos de pesquisa na Europa. Deixar tudo a cargo do pesquisador, como costuma acontecer, é muito difícil”, diz a professora Genaína.

“O que se espera de um projeto europeu é a integração entre pesquisadores de diferentes áreas, a integração com a indústria e o impacto social. Essas são as lições que o Brasil precisa aprender”, disse Flavio. O professor Tadao Takahashi, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), ressaltou que a cooperação entre Brasil e Europa precisa sair do mero intercâmbio de pesquisadores. “Esse edital conjunto pode mudar esse quadro”, diz.

Todos os textos e fotos podem ser utilizados e reproduzidos desde que a fonte seja citada. Textos: UnB Agência