O ForTE, em 10 anos, já proporcionou o estágio, no exterior, para mais de 300 alunos da Unisul e colaborou para a montagem do vinhedo experimental da Unisul em Braço do Norte, além de ter qualificado dezenas de empresários do setor agroturístico do sul de Santa Catarina.
Na cerimônia, realizada no último sábado, 18 de setembro, estavam presentes mais de 200 pessoas. O professor Guilherme fez um breve relato das ações desenvolvidas pela Unisul nos últimos anos e agradeceu a titularidade do projeto apresentado ao governo italiano pelo CECAT, demonstrando a segurança na continuidade dos trabalhos.
Alunos do Instituto Albergueiro de Castelfranco Veneto, com o qual a Unisul tem parceria, fizeram o almoço festivo, com pratos típicos. “Vale ressaltar”, diz o professor Guilherme, “que a missão do CECAT hoje é a Educação Permanente, o mesmo conceito da Unisul, com cursos, pesquisas, parceiras, assessorias aos cooperados e atividades de extensão que auxiliam na divulgação dos produtos e na promoção da região”.
O CECAT foi criado na década de 1950 na região do Veneto, província de Treviso, na Itália. O objetivo era reunir e qualificar os pequenos produtores rurais para que eles tivessem como se desenvolver e crescer na medida de suas perspectivas e necessidades. Nos anos 60, na região havia mais de 12 mil famílias sem energia elétrica, a renda era muito baixa, mais de 200 mil pessoas havia emigrado, a maioria era analfabeta e o campo era mal explorado.
Criado pela iniciativa de Domenico Sartor, o CECAT trabalhou com irrigação, não só do campo, mas do cérebro, com cursos de economia doméstica, técnica agrícola e em hotelaria, entre outros; com a organização das pessoas, e dos produtores em cooperativas para a compra de insumos e venda de produtos como vinho, azeite e queijo; e com a libertação da mulher, que passou a cursar economia doméstica, a ser alfabetizada e a trabalhar com artesanato, sendo parceira dos negócios da família e não mais mão de obra barata.
O CECAT trabalhou também questões sanitárias. O Vêneto dos anos 60 não era o exemplo de organização que é hoje. A maioria da população não tinha sistema de tratamento de água e esgoto. E para que os italianos parassem de sair do país e se fixassem em seu local de origem, a organização de cooperativas passou a ajudar na autoestima e na geração de confiança de que a vida na região poderia ser construída. Além disso, o centro de educação trabalhou com o desenvolvimento rural integrado. As associações ganharam força e a valorização dos produtos e da terra deu início a um resgate cultural local pós-guerra.
Assessoria de Imprensa
Unisul – Universidade do Sul de Santa Catarina