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O Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), ligado à Secretaria de Estado da Saúde, acaba de disponibilizar o primeiro Centro de Microcirurgia Reconstrutiva e Cirurgia de Mão. O Centro já está funcionando no Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do HC e conta com uma equipe capacitada em atender rapidamente casos de amputações, fraturas expostas graves e lesões de nervos periféricos. É o primeiro centro do gênero do País a ter equipes especializadas de plantão, atendendo 24 horas por dia, de segunda a sexta-feira. A unidade está em funcionamento desde o começo deste mês.
A equipe do grupo de mão do HC, que contava com seis médicos, ganhou um reforço de mais 25 profissionais especializados: dez médicos, cinco terapeutas ocupacionais, cinco auxiliares de enfermagem, três enfermeiras e dois assistentes sociais.

“O novo centro traz à população avanços da medicina que tornam possível a recuperação de um membro, evitando a amputação, e amplia a capacidade de realização de reimplantes”, afirma José Manoel de Camargo Teixeira, superintendente do HC. Atualmente, estão sendo realizadas cerca de 70 microcirurgias por mês.

Além de possibilitar a ampliação de atendimentos, o centro facilita a recuperação dos pacientes e gera economia à instituição. Segundo o ortopedista e chefe do grupo de mão do HC, Rames Mattar Júnior, como o atendimento primário é feito com agilidade e por especialistas, levando o paciente imediatamente à operação, o tempo de internação tem sido muito menor. “Isso diminui sequelas e quadros infecciosos.”

Reimplante
O ortopedista destaca que o Brasil vive hoje uma epidemia de traumas graves, causados por diversos motivos, como acidentes de trabalho, domésticos e de trânsito.

Levantamento do IOT mostrou que, somente no segundo semestre de 2009, deram entrada no Pronto Socorro 255 acidentados de moto, dos quais 84 precisaram de internação (média de 18 dias de internação). Desses, 54% tiveram fraturas expostas e 12% lesões neurológicas periféricas. “São casos que precisam de atendimento emergencial eficiente. O Brasil tem um programa de transplantes, mas não tem de reimplante. Estamos dando o primeiro passo nesse sentido”, aponta Mattar.

O médico explica que a operação de reimplante é complexa e precisa de técnicas de microcirurgia reconstrutiva, nas quais se utiliza um microscópio cirúrgico e se juntam as artérias e veias do membro danificado. A cirurgia dura em média 10 horas e, para que dê certo, é preciso que o sangue na região esteja circulando. “A recuperação da cirurgia é lenta, mas usualmente os resultados funcionais são bons”, comenta.

O HC está apoiando, ainda, a formação de novos especialistas. O hospital criou um centro de Educação Médica, com um laboratório de microcirurgias, onde formam profissionais para o Brasil e para outros países.

Agência USP com informações da Agência HC de Notícias