Além da Royal Society, participam da organização do evento no Brasil a FAPESP, o British Council, a Academia Brasileira de Ciências, a Academia Chilena de Ciências e a Cooperação Reino Unido-Brasil em Ciência e Inovação.
De acordo com um dos coordenadores da organização do evento, Marcelo Knobel, pró-reitor de graduação e professor do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a decisão de realizar o simpósio no Brasil tem um significado especial.
“A Royal Society completa 350 anos em 2010 e está realizando uma série de eventos comemorativos. A escolha do Brasil para sediar uma das principais iniciativas nessa data mostra a importância conquistada pelo país no contexto internacional da ciência”, disse à Agência FAPESP.
Para o simpósio, foram selecionados preferencialmente pesquisadores com menos de 20 anos de doutorado e liderança reconhecida no meio acadêmico. A participação no evento é restrita aos convidados, mas as palestras serão transmitidas integralmente, ao vivo, pela internet.
Os debates se concentrarão em nove temas: “Biocombustíveis”, “Plasticidade cerebral”, “Sistema da Terra profunda”, “Modelagem matemática de populações e doenças”, “Formação e evolução do planeta”, “Mudança climática e desenvolvimento de plantas”, “Emaranhamento quântico”, “Regulação de metabolismo energético” e “Jornalismo científico”.
A Royal Society convocou oito membros brasileiros e oito britânicos para compor o comitê organizador do evento. Depois de um amplo debate, o comitê realizou uma reunião presencial, em Londres, para eleger os temas a serem abordados no simpósio.
Além de Knobel, o comitê de organização é coordenado por Richard Kirby, da Escola de Ciência e Engenharia Marinha da Universidade de Plymouth, no Reino Unido.
“Cada membro indicou três ou quatro temas considerados pertinentes. A partir daí, fizemos uma votação geral. Além dos oito temas escolhidos por esse procedimento, introduzimos um nono, que é o jornalismo científico e a percepção pública da ciência”, disse Knobel.
Com os temas definidos, o comitê organizador selecionou três pesquisadores em cada área, britânicos e brasileiros, para apresentar conferências de 20 minutos cada. Depois de apresentadas as três perspectivas sobre um tema, os convidados terão uma hora para debater.
Além dos 27 palestrantes e dos 16 membros do comitê organizador, foram convidados outros 27 pesquisadores para participar dos debates. “As palestras terão um enfoque geral – já que serão apresentadas a cientistas de outras áreas –, contextualizando os temas. O objetivo é fomentar a discussão, para que cada um possa expandir seus horizontes de pesquisa, refletindo sobre assuntos que normalmente não temos oportunidade de abordar, devido à especialização da ciência”, disse.
Para Knobel, que também é membro da coordenação da área de Física da FAPESP, essa dinâmica é bastante enriquecedora, principalmente quando se leva em conta o perfil dos participantes. “Como são cientistas que ainda têm muito pela frente, esse contato com as grandes questões científicas de todas as áreas tende a gerar parcerias e colaborações internacionais. Essa é a principal finalidade do simpósio”, afirmou.
Sessões de debates
Ao todo, serão 70 participantes: 35 brasileiros e 35 britânicos. “Neste simpósio de 2010, no entanto, teremos também a presença de oito cientistas chilenos com o mesmo perfil, e que atuam nas oito áreas em pauta, convocados pela Academia Chilena de Ciências”, disse Knobel.
Os títulos das nove sessões de debates são: Biofuels: new developments, challenges and limitations, Brain plasticity, Deep Earth system, Mathematical modelling of populations and disease, Planet formation and evolution, Plant development and climate change, Quantum entanglement, Regulation of energy metabolism e Science Journalism and Public Perception on Science.
O evento terá participação de palestrantes brasileiros do Instituto Ludwig, da Unicamp, da Universidade de São Paulo (USP), do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Do lado britânico, a programação terá palestrantes da Universidade de Bath, da Universidade de Oxford, da Universidade de Plymouth, da Universidade de Warwick, da Universidade de Bristol, da Universidade de Exeter e do Imperial College de Londres.
Mais informações: www.fapesp.br/frontiersofscience.
Agência FAPESP