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Segundo o professor Paulo Iscold, desde o ano passado ele e seus alunos estão fazendo trabalhos para equipes que correm na Red Bull Air Race. Em 2009 construíram peças que foram utilizadas nas aeronaves dos pilotos Glen Dell, sul-africano, e Hannes Arch, austríaco e campeão da categoria na época. Desde então, a equipe fornece informações para o Team Bonhomme, do piloto Paul Bonhomme.
“A otimização otimização de trajetória se faz por um programa que, a partir a posição dos portões, velocidade e direção de vento, e características do piloto e do avião, permite prever o caminho ótimo, com o qual se consegue o melhor tempo possível para cada circuito. Essa informação é passada para o piloto, cerca de duas semanas antes da corrida, em sistema de visualização tridimensional que ele usa para treinar virtualmente”, explica o professor.
O outro trabalho da equipe da UFMG é a análise de dados de corrida. “Instalamos no avião do Bonhomme um sistema de aquisição de dados, versão simplificada do que usamos em Conselheiro Lafaiete (no hangar do CEA), que coleta uma série de dados do avião. Com esses dados reproduzimos a trajetória que ele voou e comparamos com a trajetória ótima. Com isso podemos dar ao piloto informações de qual curva deve ser feita mais apertada, qual curva mais aberta, onde ele deve subir mais etc.. Além disso, conseguimos saber se o desempenho do avião está se deteriorando, por exemplo, por desgaste excessivo do motor”, observou.
O CEA desenvolveu também o Mehari, primeiro avião brasileiro capaz de voar na chamada classe ilimitada, a categoria mais elevada das competições de acrobacias aéreas, algo análogo ao que a Fórmula 1 representa para as corridas automobilísticas. O piloto Marcos Geraldi, principal financiador do Mehari, salienta que a construção de um avião de categoria ilimitada é um processo complexo e dividido em diversas etapas. Como piloto de testes, Geraldi acompanha de perto a evolução do protótipo.
(Assessoria de Imprensa da UFMG)