
"A Amazônia ainda é um lugar bastante desconhecido, inexplorado cientificamente. Por isso, a quase certeza de encontrarmos novas espécies", comenta o professor Rodney Cavichioli, que participará da expedição com os colegas Olaf Mielke e Mirna Casagrande.
Atualmente, são conhecidas cerca um milhão de espécies de insetos no mundo, mas estima-se que existam aproximadamente cinco milhões.
Ao todo, cerca de 20 pesquisadores do Brasil participam da expedição. É a terceira realizada pelo projeto "Amazonas: diversidade de insetos ao longo de suas fronteiras", que tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa de Apoio a Núcleos de Excelência.
A expedição usará cerca de 60 tipos diferentes de armadilhas, que recolherão amostras de espécies de hábitos noturnos e diurnos.
As outras duas expedições foram realizadas nos anos de 2008 e 2009. A primeira realizou a coleta ao longo do Rio Solimões. Na segunda, os pesquisadores começaram a percorrer o Rio Negro. A viagem, no entanto, foi interrompida por conta do naufrágio da embarcação e durou apenas sete dias. Ninguém se feriu gravemente.
Segundo o professor Cavichioli, nessas duas expedições, aproximadamente dez novas espécies foram encontradas apenas na família de insetos na qual é especialista, a "Cicadellidae" (insetos fitófagos, popularmente conhecidos como cigarrinhas).
Cavichioli destaca que o principal objetivo dessas expedições é destacar a necessidade de preservação da Amazônia, um ecossistema muito rico em biodiversidade. "Para preservar algo, você primeiro precisa conhecer", resume o pesquisador. "Mas é óbvio que essas descobertas podem abrir várias possibilidades para pesquisa. Muito insetos são vetores de pragas e doenças, por exemplo. Mas só vamos ter uma ideia mais exata disso depois da coleta."
O material obtido nessa expedição deve ser dividido entre os museus de Entomologia do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) e do Departamento de Zoologia da UFPR.
Uma outra expedição deve ser realizada no ano que vem, quando também está previsto o término do projeto.
Assessoria de Comunicação Social da Universidade Federal do Paraná