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FebraceA partir desse domingo (9), 27 estudantes de ensino médio de escolas brasileiras estarão em San Jose, na Califórnia (Estados Unidos), para se apresentarem na Intel International Science and Engineering Fair (Intel ISEF). Dos 27 estudantes, 13 foram selecionados para a Feira Internacional por meio da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que aconteceu entre os dias 9 e 11 de março na Escola Politécnica (Poli) da USP.
A Febrace é organizada desde 2003 pelo Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Poli e seu objetivo principal é quebrar a barreira que existe entre escola e faculdade no desenvolvimento de pesquisas. A professora Roseli de Deus Lopes, do LSI, que acompanha e coordena o projeto desde seu início, conta que, por meio da Feira Brasileira, quer encontrar jovens criativos e com motivação social para a realização de projetos. O objetivo principal é instigar os jovens a exercitar a criatividade por meio da pesquisa. Ela lança o desafio: “Pense em alguma coisa que é importante para você. Algum problema que você gostaria de resolver”. A partir dessa proposta, todos os anos a Febrace recebe centenas de ideias. Só em 2010, foram 1.250. As nove selecionadas têm, agora, a chance de exibir seu trabalho também na Intel ISEF.

Como forma de preparação para a viagem, os estudantes selecionados participaram, nesta quinta-feira (6), no hotel em que estão hospedados, de um workshop, que os orientou a respeito da forma como devem lidar com os avaliadores, com o idioma e até o nervosismo. Entre os palestrantes, estava Adriana Depieri, diretora adjunta do departamento de popularização da ciência e tecnologia do Ministério de Ciência e Tecnologia, além de professores da USP e organizadores da Febrace.

Vindos de todas as regiões do país e hospedados em um hotel em São Paulo, os alunos se mostram ansiosos para viajar e exibir seus projetos. “A maioria está fazendo sua primeira viagem internacional”, conta Roseli. Uma ideia dos organizadores para ajudar os jovens viajantes foi a de criar, no dia do workshop, um glossário para auxílio dos estudantes, onde seriam colocados termos científicos mais difíceis de se traduzir.

Engajamento
Os trabalhos desses estudantes abrangem áreas como sustentabilidade, educação alimentar e até mesmo métodos de ensino escolar. A estudante Tamara Gedankien, que vai à Intel ISEF pela segunda vez, apresenta o trabalho Gemara e Gematria – O Estudo de Caso Sobre a Utilização do Contexto Sócio-Cultural no Aprendizado de Matemática. Tamara se interessou em pesquisar por que o ensino básico não faz uso de diversas culturas do mundo – e apenas daquelas a que os alunos são submetidos na educação básica – como forma de aprimorar e enriquecer o aprendizado dos alunos. “O segundo trabalho é uma continuação do primeiro, mas com enfoque maior no ensino matemático”, conta a estudante.

O Brasil já se destacou em projetos passados na Feira Internacional. Roseli se lembra do estudante Denilson Luz de Freitas, de Vitória da Conquista, cuja avó não tinha acesso a água filtrada na região onde morava. O jovem desenvolveu um dessalinizador solar de baixíssimo custo e foi um dos vencedores da Febrace de 2008 e recebeu o prêmio de terceiro lugar na categoria “Ciências Ambientais” da Intel ISEF. Seu trabalho foi reconhecido e, ao retornar dos Estados Unidos, Denilson foi convidado a montar uma empresa que transformaria seu protótipo em produto comercializável.

A professora destaca que os avaliadores da Febrace escolhem, obrigatoriamente, estudantes de diferentes regiões e contextos sociais do Brasil, para dar variabilidade aos trabalhos expostos. “O que estamos procurando é engajamento, sede de aprendizado e brilho nos olhos”, conta Roseli, que acompanhará os estudantes durante toda a Feira Internacional, até a próxima sexta-feira (14).

Mais informações: www.febrace.org.br

Agência USP