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UnBO chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Frederico Durães, quer estabelecer uma agenda de parcerias com a UnB na área de pesquisas em agroenergia. A UnB já possui acordos de Cooperação Geral com a Embrapa, mas segundo Durães, o acordo atual não atende aos requisitos necessários para uma condução eficiente de parcerias estratégicas no campo científico. “A cooperação geral abrange uma gama de áreas não definidas”, afirma. Isso compromete a adoção de metas científicas e gerenciais.
Em palestra na Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, o professor apresentou as principais correntes de pesquisa que estão sendo desenvolvidas na Embrapa para aperfeiçoar e ampliar a exploração agrícola com fins de produção energética. São quatro plataformas principais: etanol, biodiesel, floresta energética e resíduos agropecuários.

As pesquisas sobre etanol buscam um produto de segunda geração. A ideia é aproveitar os resíduos do etanol de primeira geração – feito a partir da transformação da sacarose, o açúcar da cana. A Embrapa também desenvolve pesquisas de melhoramento genético da cana-de-açúcar.

Já na área de biodiesel estuda-se o aproveitamento produtivo de 20 espécies de plantas oleosas. As pesquisas seguem duas direções: o aperfeiçoamento de espécies já exploradas comercialmente, como o dendê, e a domesticação de espécies selvagens, qu ainda não são cultiváveis, como o pinhão manso.

Florestas energéticas são aquelas que produzem energia a partir da queima direta da madeira. Nessa área, há estudos para fabricação de briquetes, blocos de madeira condensada capazes de liberar uma quantidade maior de energia com a queima. A área de florestas cultivadas para esse fim chega a 6,5 milhões de hectares. Segundo Durães, ainda existe espaço para ampliar essa área. “É um estratégia de produção de energia racional, pois evita o desmatamento de outras áreas”, pondera.

Durães também atenta para o potencial da exploração dos resíduos da produção agrícola e agroindustrial – principalmente porque se trata de uma fonte de baixo custo. Dentre esses produtos, está o vinhoto (resíduo líquido do processamento da cana) e o bagaço da cana nas culturas de cana-de-açúcar. Os farelos do pinhão manso e da mamona também podem ser aproveitados na produção de energia.

Os estudos em agroenergia prometem se intensificar com a construção de um novo prédio da Embrapa, destinado a abrigar laboratórios de pesquisa. Esse prédio pode abrigar projetos de pesquisa em parceria com a Universidade de Brasília.

Durães afirma que essas pesquisas devem servir também para orientar políticas públicas. “Existe uma necessidade de que a pesquisa em agroenergia seja capaz de fornecer bases de dados para realização de políticas”, afirma. “Nesse sentido, acredito que é função das pesquisas científicas a produção de bases de dados para dar suporte a uma discussão racional sobre a agenda de desenvolvimento do país.”

O seminários técnico-científicos da FAV estão sendo realizados há um ano e meio. A proposta nasceu da necessidade de trocas de conhecimento entre os próprios professores do departamento. “Antes muitos desconheciam em que o colega da sala ao lado estava trabalhando”, diz o professor Alberto Carlos de Queiroz, um dos coordenadores do projeto.

Para falar de nonotecnologia e melhoramento genético, comparecerão nos próximos seminários o pesquisadores Odílio G. Assis e Márcio Elias Ferreira, ambos da Embrapa.

 UnB Agência