
Para Araújo, devido principalmente aos altos índices de evasão, muitos cursos de engenharia no Brasil alteraram suas grades curriculares na última década, dando mais espaço às matérias informativas, aquelas específicas de cada engenharia, em detrimento das matérias formativas, como química, física e matemática. “O problema é que cada vez mais a informação se renova quase que 100%. E se eu te dou muita informação e pouca formação, daqui a dez anos você será um engenheiro obsoleto porque não vai ter ferramentas, que são as matérias básicas, para entender e utilizar a nova informação”, dialogou com a platéia de estudantes presentes ao evento.
O curso de engenharia física de São Carlos, coordenado pelo professor Fernando Manuel Araújo, está sendo um verdadeiro sucesso, afirmou o pró-reitor de Graduação, Marcelo Knobel. Criado em 1999 na Ufscar, a modalidade, que já existe desde 1924 na Universidade de Oklahoma (EUA), tem taxa zero de evasão e uma relação média entre 18 e 24 candidatos por vaga, afirmou Araújo. Seguindo os mesmos passos, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) implementou, ano passado, o curso na sua graduação.
Ainda assim, o número de engenheiros bem formados no país é baixo, de acordo com ele. Coordenador da Rede Nacional de Nanobiotecnologia Aplicada à Medicina e à Defesa Nacional, da Capes, Araújo salienta a importância do conhecimento local, humanístico e multidisciplinar na formação dos profissionais. “Pouca gente na engenharia sai hoje bem formada no país. A nanobiotecnologia, por exemplo, interage com todas as áreas do conhecimento científico. E é muito difícil encontrar quem tem formação para trabalhar com isso”, destaca.
Sobre a proposta do projeto “Conversando na Graduação”, o pró-reitor Knobel explicou que a ideia é promover palestras preferencialmente nas últimas quartas-feiras de cada mês, sempre às 13 horas. “É uma satisfação dar início ao um novo espaço de conversa e discussão sobre a graduação na Unicamp. Nossa ideia é trazer convidados para falar de temas interessantes, como avaliação, inovações curriculares, novos cursos e o que está acontecendo em diversas áreas do conhecimento”, contou.
Na última quarta-feira de abril, dia 28, o professor Luiz Ernesto de Almeida Troncon, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), fala, às 13 horas, no auditório da FCM, sobre diferentes dimensões da avaliação do estudante de medicina.
Comunicação Social
Unicamp