Assim, o engenheiro de Bioprocessos é o profissional que busca a inovação através das modernas técnicas da bioengenharia, no isolamento de células ou tecidos específicos, de enzimas e de biocompostos e tem por objetivo projetar a produção, em escala industrial, de novos produtos ou serviços, por sua vez, intermediados por estas células.
“Ele é, na Amazônia, um ator fundamental entre a natureza e a sociedade, capaz de gerar emprego e produção industrial sem agredir ao meio ambiente e beneficiando à saúde do consumidor e à diminuição do preço de produtos e serviços”, descreve Hervé Rogez, presidente da Comissão que elaborou a proposta de criação da graduação em Engenharia de Bioprocessos da UFPA, no Projeto Pedagógico do novo curso.
Engenharia integrada à inovação e ao meio ambiente - O novo curso da UFPA é sediado na Faculdade de Biotecnologia, por sua vez instalada no Instituto de Ciências Biológicas da universidade, mas conta com parcerias fundamentais com outras unidades acadêmicas e instituições parcerias como a Agência de Inovação da UFPA (Universitec) e o Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá (PCT-Guamá).
Isso porque, em Belém, este é o primeiro curso de engenharia da Universidade que não será sediado no Instituto de Tecnologia (Itec). “Apesar da afinidade nítida com a área de engenharia, é mais estratégico criar o novo curso dentro do ICB pela afinidade que esse profissional terá com a Biotecnologia, Biologia e Biomedicina. Esta opção também nos ajuda a dar mais inovação e fôlego para o novo curso e nos permite aproveitar da importante infraestrutura laboratorial já disponível”, explica Hervé Rogez.
O pesquisador revela que, há vários anos, o projeto de implantação de cursos na área de biotecnologia da UFPA já planejava a criação da graduação em Biotecnologia, da graduação em Engenharia de Bioprocessos e do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia.
“São formações integradas. Como já temos, além da graduação em Biotecnologia, também o mestrado e o doutorado na área - que possui nota 4 e deve subir para nota 5 em breve - temos infraestrutura, laboratórios e corpo docente já preparados e com experiência, o que permite a oferta da Engenharia de Bioprocessos, um curso que exige muitos laboratórios e tecnologia”. Nos próximos anos, o grupo de pesquisadores deve ainda propor a criação de um programa de pós-graduação em Bioinformática.
Alunos empreendedores - Outra inovação nesta graduação é a presença dos “seminários interdisciplinares”. Itens do currículo, eles articulam, em cada bloco de disciplinas, o conhecimento adquirido pelos alunos de forma crítica e prática, pautado pela inovação e empreendedorismo.
“Pensamos em uma estrutura na qual os alunos serão os protagonistas para inovar e criar ideias, serviços e produtos a partir do conhecimento que adquirem em cada etapa da formação, sob a supervisão dos docentes. Isso porque na Amazônia ainda não há empresas de bioprocessos, que estudem e transformem os recursos naturais da região a partir de biotecnologia e os coloquem no mercado. Por isso, nossos alunos serão, certamente, os fundadores das primeiras empresas deste tipo e sairão da UFPA com experiência também em empreendedorismo, gestão e inovação”.
Para isso as parcerias com a Agência de Inovação Tecnológica (Universitec) e com o Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá (PCT-Guamá) são fundamentais. “Além do trabalho em rede que os pesquisadores da UFPA mantêm com instituições como a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal do Paraná (UFPR), esta última sede do primeiro curso de Engenharia de Bioprocessos do Brasil criado em 2000, acredito que eles terão uma proximidade com a Universitec e com o PCT-Guamá únicas, uma vez que sua formação se fundamenta na interação com o mercado e com a indústria”.
Biotecnologia ou Bioprocessos? A partir de 2016, os candidatos à UFPA podem optar por dois cursos de graduação afins, então, qual deles escolher? Segundo o presidente da comissão que criou a graduação em Engenharia de Bioprocessos, a resposta depende unicamente das preferências dos estudantes. Ele afirma que o trabalho do biotecnólogo e o do engenheiro de bioprocessos se diferencia pela aplicação e que ambos são subáreas de uma mesma área do conhecimento.
Enquanto o biotecnólogo trabalha em laboratórios e na pesquisa de bancada, ou seja, na busca da criação de novas células geneticamente modificadas que serão usadas em várias aplicações na área de fármacos, novos materiais ou energia, por exemplo, o engenheiro de bioprocessos estuda formas de fazer com que estas novas células possam ser produzidas e/ou usadas no mercado e em ampla escala. “São atuações diferentes, mas complementares”, garante Hervé Rogez, “e a grade curricular do Engenheiro é, portanto, muito mais focada em cálculo, física e disciplinas que usam muito a matemática como fundamento de base”.
Serviço:
As inscrições para o curso de Engenharia de Bioprocessos e demais cursos de graduação da UFPA devem ser feitas pelo Processo Seletivo 2016 (PS2016) no http://www.ceps.ufpa.br/ até 16 de novembro.
Acesse aqui o edital do concurso.
Veja o Projeto Pedagógico da nova graduação em Engenharia de Bioprocessos da UFPA.
Confira a página do curso no Catálogo de Cursos da universidade.