
Ele esteve na Universidade a convite do professor Berthier Ribeiro Neto, professor do DCC e vice-presidente de Engenharia da Google América Latina.
Vint Cerf lembrou que são 3,5 bilhões de telefones celulares em atividade no mundo, 15% dos quais conectados à Internet. E que esse é um mercado em crescimento vertiginoso. “A eficiência do acesso à Internet pelos equipamentos móveis pode me ajudar a encontrar especiarias em uma pequena cidade, como aconteceu comigo em viagem de férias com a família, e a controlar remotamente as condições de temperatura e opções de entretenimento em minha casa”, disse. O caso da viagem serviu também para que ele destacasse a importância da indexação cada vez mais precisa e detalhada da informação nos sistemas de busca.
Envolvido com pesquisas no sentido da criação de um novo protocolo (o IPV6 – Internet Protocol Version 6) que atenda ao aumento da demanda por “endereços” de Internet, Vint Cerf mencionou outro problema que ele chamou de “difícil e interessante”. “O grande acúmulo de dados nos coloca a questão de como manter a capacidade de acessar informações em programas e sistemas operacionais diferentes dos que utilizamos hoje”, afirmou.
Internet interplanetária
Vinton Cerf abordou também sua participação em pesquisas para a utilização da Internet em favor das missões espaciais. Segundo ele, será possível nas próximas décadas dispor de uma estrutura – pronta para crescer de acordo com as necessidades – que permita a comunicação de dados entre missões de diferentes épocas, entre outras aplicações. “Essa é uma das facetas do futuro da Internet. E sua importância não está apenas em nos lembrar ficção científica, mas em viabilizar uma série de aspectos de projetos da Nasa”, explicou.
Questionado sobre o dilema relacionado à falta de privacidade na grande rede, Vint admitiu que a tecnologia deve ser capaz de separar que informações podem estar acessíveis, mas ressalvou que é preciso abrir mão da privacidade em função de conveniências como a facilidade de comprar com cartão de crédito pela Internet. “A privacidade, assim como outros direitos individuais, deve ser protegida por penalidades da lei e pela rejeição social ao crime”, disse Vint Cerf, acrescentando que a Internet ainda vai exigir “muito trabalho para ser cada vez mais útil, acessível e segura”.
Vint Cerf concedeu ao Boletim UFMG entrevista exclusiva que será publicada na edição do próximo dia 8 de junho.
Assessoria de Imprensa da UFMG